MIME-Version: 1.0 Content-Location: file:///C:/0447A201/ideologia_alema.htm Content-Transfer-Encoding: quoted-printable Content-Type: text/html; charset="us-ascii"
(Introduç=
ão)
Até agora, os homens formaram sempre idéias falsas sobr= e si
mesmos, sobre aquilo que são ou deveriam ser. Organizaram as s= uas = i>
relações mútuas em função das
representações de Deus, do homem
normal, etc., que aceitavam. Estes produtos do seu cérebro acabaram
por os dominar; apesar de criadores, inclinaram-se perante as suas = i>
próprias criações. Libertemo-los portanto das quimeras, das idéias,
dos dogmas, dos seres imaginários cujo jugo os faz degenerar.<=
span
style=3D'mso-spacerun:yes'>
Revoltemo-nos contra o império dessas idéias. Ensinamos= os homens
a substituir essas ilusões por pensamentos que correspondam à
essência do homem, afirma um; a ter perante elas uma atitude crítica,
afirma outro; a tirá-las da cabeça, diz um terceiro e a realidade
existente
desaparecerá.
Estes sonhos ino=
centes
e pueris formam o núcleo da filosofia atual dos
Jovens Hegeliano= s; e, na Alemanha, são não só acolhidas pelo público = = p>
com um misto de
respeito e pavor corno ainda apresentadas pelos
próprios heróis filosóficos com a solene convicção de que tais idéias,
de uma virulência criminosa, constituem para o inundo um perigo = p>
revolucion&aacut= e;rio. O primeiro volume desta obra propõe-se desmascarar = p>
estas ovelhas qu=
e se
julgam lobos e que são tomadas como lobas
mostrando que os=
seus
balidos apenas repetem numa linguagem
filosófic= a as representações dos burgueses alemães e que as suas = p>
fanfarronadas se
limitam a refletir a pobreza lastimosa da realidade
alemã; propõe-se ridicularizar e desacreditar esse combate filosófic= o = p>
contra assombras=
da
realidade que tanto agrada à sonolência
sonhadora do povo alemão.
Em tempos, houve=
quem
pensasse que os homens se afogavam apenas
por acreditarem = na idéia da gravidade. Se tirassem esta idéia da = p>
cabeça, declarando por exemplo que não era mais do que uma = p>
representa&ccedi=
l;ão
religiosa, supersticiosa, ficariam imediatamente livres
de qualquer peri=
go de
afogamento. Durante toda a sua vida, o homem
que assim pensou viu-se obrigado a lutar contra rodas as estatísticas = p>
que demonstram repetidamente as conseqüências perniciosas de uma = p>
tal ilusã=
o.
Este homem constituía um exemplo vivo dos atuais
filósofos revolucionários alemã=
es (1)
De acordo com ce= rtos ideólogos alemães, a Alemanha teria sido nestes = p>
últimos a= nos o teatro de uma revolução sem precedentes. O processo de = p>
decomposiç= ;ão do sistema hegeliano, iniciado com Strauss (2) <= /span>, teria dado
origem a uma fermentação universal para a qual teriam sido arrastadas toda= s = p>
as «potências do passado». Nesse caos universal, formaram-se impérios
poderosos que de= pois sofreram uma derrocada imponente, surgiram heróis = p>
efêmeros m= ais tarde derrubados por rivais audazes e mais poderosos. Perante = p>
uma tal revolução. a Revolução francesa não foi = mais do que uma
brincadeira de crianças e os combates dos diádocos (3) parecem-nos
mesquinhos. Os princípios foram substituídos, os heróis do pensamento= = p>
derrubaram-se un=
s aos
outros: de
revolvido do que nos três séculos
anteriores.
E tudo isto se t=
eria
passado nos domínios do pensamento puro (=
4).
Trata-se, com ef=
eito,
de um acontecimento interessante: o processo de
decomposição do espírito absolu=
to (5)
Depois de se ext= inguir a sua última centelha de vida, os diversos elementos = p>
deste caput mort= uum (6) entraram em decomposição, for= maram novas
combinaç&= otilde;es e constituíram novas substâncias. Os industriais da filosofia,= = p>
que até então viviam da exploração do espírito absoluto= , ocuparam-se
imediatamente de= ssas novas combinações, procurando com todo o zelo fazer = p>
render a parte q= ue lhes coubera. Mas também aqui havia concorrência... No = p>
início, e= sta foi praticada de uma forma bastante séria e burguesa; mais tarde, = p>
quando o mercado alemão ficou saturado e se verificou ser impossível, = p>
apesar de todos = os esforços, escoar a mercadoria no mercado mundial, o = p>
negócio f= oi viciado, como é habitual na Alemanha, por uma produção= = p>
inferior, pela alteração da qualidade, pela adulteração da mat= éria-prima, a <= /span>
falsificaç= ;ão dos rótulos, as vendas fictícias, os cheques sem cobertura e = a = p>
instauraç= ão de um sistema de crédito sem qualquer base concreta. Esta = p>
concorrênc= ia deu origem a uma luta encarniçada que nos é agora apresentada = p>
e enaltecida com=
o uma
revolução histórica que teria conseguido prodigiosos <=
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resultados e conquistas.
Mas para ter uma idéia justa desta charlatanice filosófica que desperta no = p>
coraç&ati= lde;o do honesto burguês alemão um agradável sentimento nacio= nal, para
dar uma id&eacut= e;ia concreta da mesquinhez, da pequenez provinciana = (7) de todo
este movimento
jovem-hegeliano, e especialmente de todo o contraste
trágico-c= ómico entre aquilo que estes heróis realmente faiem e o que julgam = p>
fazer, é necessário examinar todo este espetáculo de um ponto de vista= = p>
exterior à Alemanha (8)
Torna-se assim evidente que os jovens hegelianos devem lutar” apenas = p>
contra estas ilusões da consciência
Como, na sua imaginação, as relações entre os homens, todos = os seus atos e
os seus gostos, =
as
suas cadeias e os seus limites, são produtos da
consciênci= a, os jovens-hegelianos. coerentes consigo mesmos, propõem aos = p>
homens este post=
ulado
moral: substituir a sua consciência atual pela
consciência humana crítica ou egoísta e, ao fazê-lo abolir os seus limites,
Exigir uma tal transformação da consciência significa interpretar = p>
diferentemente a= quilo que existe, isto é, aceitá-lo com uma interpretaç&atil= de;o
diferente. Apesa= r das suas frases pomposas, que «revolucionam o mundo», = p>
os ideólo= gos da escola jovem-hegeliana são os maiores conservadores. Os = p>
mais jovens encontraram uma expressão exata fraseologia para qualificar a = p>
sua atividade qu= ando afirmam lutar unicamente contra uma «fraseologia»; = p>
esquecem-se porém de que apenas lhe opõem uma outra fraseologia e de que = = p>
não &eacu= te; lutando contra a fraseologia de um mundo, que se luta com o mundo = p>
que realmente ex=
iste.
Os únicos resultados que se conseguiram com esta
crítica filosófica foram alguns esclarecimentos quanto à histó= ria religiosa -e
mesmo isto de um=
ponto
de vista muito limitado - do cristianismo; todas as
suas outras afirmações constituem novas formas de ornamentar a sua = p>
pretensão=
de
terem realizado descobertas de importância histórica quando, <=
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style=3D'color:black;display:none;mso-hide:all'>
de fato, n&atild=
e;o
foram mais do que esclarecimentos insignificantes.
Nenhum destes filósofos se lembrou de perguntar qual seria a relação entre a
filosofia alem&a= tilde; e a realidade alemã, a relação entre a sua crít= ica e o seu
próprio meio material.
As premissas de = que partimos não constituem bases arbitrárias, nem dogmas; = p>
são antes= bases reais de que só é possível abstrair no âmbito da imaginação. = p>
As nossas premis= sas são os indivíduos reais, a sua ação e as suas condições
materiais de existência, quer se trate daquelas que encontrou já elaboradas= = p>
aquando do seu aparecimento quer das que ele próprio criou. Estas bases são = = p>
portanto
verificáveis por vias puramente empíricas.
A primeira condição de toda a história humana é evidenteme= nte a existência
de seres humanos vivos (1=
1)
O primeiro estad= o real que encontramos é então constituído pela = p>
complexidade cor=
poral
desses indivíduos e as relações a que ela obriga com <=
span
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o resto da natur= eza. Não poderemos fazer aqui um estudo aprofundado da = p>
constituiç= ;ão física do homem ou das condições naturais, geológicas,
orográfic= as, hidrográficas, climáticas e outras (12), que se lhe depararam já
elaboradas. Toda=
a
historiografia deve necessariamente partir dessas bases
naturais e da sua modificação provocada pelos homens no decurso da = p>
história.
Pode-se referir a consciência, a religião e tudo o que se quiser como = p>
distinç&a= tilde;o entre os homens e os animais; porém, esta distinção só começa a
existir quando os homens iniciam a produção dos seus meios de vida, passo = p>
em frente que &e= acute; conseqüência da sua organização corporal. Ao produzirem
os seus meios de existência, os homens produzem indiretamente a sua = p>
própria vida material.
A forma como os =
homens
produzem esses meios depende em primeiro lugar
da natureza, ist= o e, dos meios de existência já elaborados e que lhes é = p>
necessário reproduzir; mas não deveremos considerar esse modo de = p>
produç&at= ilde;o deste único ponto de vista, isto é, enquanto mera reprodução da
existência física dos indivíduos. Pelo contrário, já const= itui um modo
determinado de atividade de tais indivíduos, uma forma determinada de = p>
manifestar a sua=
vida,
um modo de vida determinado. A forma como os
indivíduos manifestam a sua vida reflete muito Exatamente aquilo que são, = p>
O que são coincide portanto com a sua produção, isto é, tanto com aquilo
que produzem com=
o com
a forma cotizo produzem. Aquilo que os
indivíduos são depende portanto das condições materiais da sua produção. = p>
Esta
produção só aparece com o aumento da
população e pressupõe a
existência de relações entre os
indivíduos.
A forma dessas relações é por s=
ua
vez condicionada pela produção.
* * *
As relações entre as diferentes nações dependem do estádio de
desenvolvimento = das forças produtivas, da divisão de trabalho e~ das = p>
relaç&oti=
lde;es
internas em cada uma delas. Este princípio é universalmente <=
span
style=3D'color:black;display:none;mso-hide:all'>
reconhecido. No entanto, não são apenas as relações entre uma nação e
qualquer outra q=
ue
dependem do nível de desenvolvimento da sua produção <=
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style=3D'color:black;display:none;mso-hide:all'>
e das suas relações internas e externas; o mesmo acontece com toda a = p>
estrutura interna dessa nação. Reconhece-se facilmente o grau de = p>
desenvolvimento atingido pelas forças produtivas de uma nação a partir= do = p>
desenvolvimento atingido pela divisão do trabalho. Na medida em que não = p>
constitui apenas= uma mera extensão quantitativa das forças produtivas já = p>
conhecidas (como=
, por
exemplo, o aproveitamento de terras incultas),
qualquer nova força de produção tem por conseqüência um n= ovo = p>
aperfeiçoamento da divisão do trabalho=
.
A divisão= do trabalho numa nação obriga em primeiro lugar à separa&= ccedil;ão
entre o trabalho industrial e comercial e o trabalho agrícola; e, como = p>
conseqü&eci= rc;ncia, à separação entre a cidade e o campo e à oposição dos seus
interesses. O seu desenvolvimento ulterior conduz à separação do trabalh= o = p>
comercial e do
trabalho industrial. Simultaneamente, e devido à divisão de <=
span
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trabalho no inte=
rior
dos diferentes ramos, assiste-se ao desenvolvimento de
diversas subdivisões entre os indivíduos que cooperam em trabalhos = p>
determinados. A
posição de quaisquer destas subdivisões particulares <=
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relativamente às outras é condicionada pelo modo de exploraçã= o do trabalho
agrícola,
industrial e comercial (patriarcado, escravatura, ordens e classes).
O mesmo acontece quando o comércio se desenvolve entre as diversas = p>
nações.
Os vários= estádios de desenvolvimento da divisão do trabalho representam = p>
outras tantas fo=
rmas
diferentes de propriedade; por outras palavras, cada
novo está= dio na divisão de trabalho determina igualmente as relações e= ntre
os indiví= duos no que toca à matéria, aos instrumentos e aos produtos do = p>
trabalho.
A primeira forma= da propriedade é a propriedade da tribo; corresponde ao = p>
tipo rudimentar = da produção em que os homens se alimentavam da caça e da = = p>
pesca, da criação de gado e de uma agricultura incipiente, a qual = p>
pressupunha uma =
enorme
quantidade de terras incultas. A divisão do
trabalho é então muito pouco desenvolvida e limita-se a constituir uma = p>
extensão = da divisão do trabalho natural que existia no âmbito da família. A
estrutura social é, ela própria, uma extensão da estrutura familiar: no topo
encontravam-se os chefes da tribo patriarca!, seguidos dos membros da tribo = p>
e, finalmente, d= os escravos. A escravatura latente na família só se = p>
desenvolve pouco=
a
pouco com o crescimento da população, das
necessidades, e = das relações exteriores; e, quanto a estas, quer fossem = p>
através da guerra ou do comércio.
A segunda forma = de propriedade é a propriedade comunitária e a = p>
propriedade esta=
tal,
que encontramos na antigüidade e que provém
sobretudo da reunião de várias tribos numa única cidade, por contra= to ou por
conquista, e na = qual subsiste a escravatura. A par da propriedade comunitária = p>
desenvolve-se a propriedade privada mobiliária e mais tarde a imobiliária; = p>
mas desenvolve-se
ainda como uma forma anormal e subordinada à
propriedade comunitária. Os cidadãos só coletivamente exercem o seu poder
sobre os escravo=
s que
trabalham para eles, o que os liga à forma da
propriedade
comunitária. Esta forma constitui já um tipo de propriedade <=
span
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privada dos cidadãos ativos que, face aos escravos, são obrigados a = p>
conservar ainda = uma forma natural de associação. Toda a estrutura social = p>
que nela se base=
ia,
assim como o poder do povo, desagregam-se
ulteriormente na=
exata
medida em que se desenvolve, principalmente, a
propriedade priv= ada imobiliária. A divisão de trabalho está mais evoluída;
encontramos j&aa= cute; a oposição entre a cidade e o campo, e mais tarde a oposição
entre os Estados=
que
representam o interesse das cidades e aqueles que
representam o interesse dos campos. Mesmo no interior das cidades vamos = p>
encontrar uma
oposição entre o comércio marítimo e a
indústria. As relações
de classe entra cidadãos e escravos atingem o seu maior desenvolvimento = p>
(13)
Com a evolução da propriedade privada, surgem pela primeira vez as = = p>
relaç&oti= lde;es que reencontramos na propriedade privada moderna, embora numa = p>
escala maior: po= r um lado, a concentração da propriedade privada que = p>
começou m= uito cedo em Roma. como o prova a lei agrária de Licinius (14),
e que avan&ccedi= l;ou rapidamente a partir das guerras civis e sobretudo sob o = p>
Império; = por outro lado, e em correlação com estes fatos, a transformação
dos pequenos camponeses plebeus num proletariado, cuja situação = p>
intermédia entre os cidadãos possuidores e os escravos impediu um = p>
desenvolvimento independente.
A terceira forma é a propriedade feudal ou propriedade por ordens. Ao passo = p>
que a antigü=
;idade
partia da cidade e do seu pequeno território, a Idade Média <=
span
style=3D'color:black;display:none;mso-hide:all'>
partia do campo.= A população existente, espalhada por uma enorme = p>
superfíci=
e que
nem sequer os conquistadores vinham ocupar, condicionou
esta mudan&ccedi=
l;a de
ponto de partida. Contrariamente ao que acontecera na
Grécia e =
em
Roma, o desenvolvimento feudal inicia-se portanto numa
extensão territorial muito maior, preparada pelas conquistas romanas e pelo = p>
desenvolvimento =
do
cultivo da terra a que aquelas inicialmente deram
origem. Os últimos séculos do Império Romano em declínio e= as conquistas
dos bárba= ros destruíram uma grande massa de forças produtivas: a = p>
agricultura defi= nha, a indústria entra em decadência por falta de mercados, o = p>
comércio arrasta-se penosamente ou é totalmente interrompido pela = p>
violência,= e a população, tanto a rural como a urbana, diminui. Esta situação
e o modo de organização a que deu origem desenvolveram, sob a influê= ;ncia
da organização militar dos Germanos, a propriedade feudal. Tal c= omo a <= /span>
propriedade da t=
ribo e
da comuna, aquela repousa por sua vez numa
comunidade em que já não são os escravos, como acontecera no sistema = p>
antigo, mas sim =
os
servos da gleba que constituem a classe diretamente
produtora. Paralelamente ao processo de desenvolvimento do feudalismo = p>
surge a oposição às cidades. A estrutura hierárquica da propriedade fundiária
e a suserania mi= litar que lhe correspondia conferiram à nobreza um poder = p>
total sobre os s=
ervos
Esta estrutura feudal, do mesmo modo que a antiga
propriedade comu= nal, constituía uma associação contra a classe produtora = p>
dominada; e as diferenças existentes entre esses dois tipos de associaç&atil= de;o e de
relaç&oti= lde;es com os produtores imediatos eram uma conseqüência do fato de as = = p>
condições de produção se=
rem
diferentes.
A esta estrutura feudal da propriedade fundiária correspondia, nas cidades, a = p>
propriedade corporativa, a organização feudal do artesanato. Aqui, a = p>
propriedade cons= istia principalmente no trabalho de cada indivíduo, e foi a = p>
necessidade de associação contra uma nobreza voraz, a vantagem de dispor = p>
de locais de ven=
da
comuns numa época em que o industrial era
simultaneamente comerciante, a concorrência crescente dos servos que se = p>
evadiam em massa= para as cidades prósperas e a estrutura feudal de todo o = p>
pais que levaram à constituição de corporações; os pequen= os capitais
economizados pou= co a pouco pelos artesãos isolados e o número invariável = p>
que estes representavam numa população que aumentava sem cessar = p>
desenvolveram a condição de companheiro e de aprendiz, que, nas cidades, = p>
deu origem a uma
hierarquia semelhante à existente no campo.
Portanto, durant= e a época feudal, o tipo fundamental de propriedade era o da = p>
propriedade fundiária à qual estava submetido o trabalho dos servos, por = um = p>
lado, e, por out=
ro, o
trabalho pessoal apoiado num pequeno capital e regendo
o trabalho dos oficiais. A estrutura de cada uma destas duas formas era = p>
condicionada pel= as limitadas relações de produção, a agricultura rudimentar
e restrita e a indústria artesanal. Aquando do apogeu do feudalismo, a = p>
divisão do trabalho foi muito pouco impulsionada: cada país continha em si = p>
mesmo a oposição cidade-campo. A divisão em ordens era muito a= centuada
mas não encontramos nenhuma outra divisão de trabalho importante fora da = p>
separaç&a= tilde;o entre príncipes, nobreza, clero e camponeses no campo, e mestres, = p>
companheiros e aprendizes, e posteriormente uma plebe de jornaleiros, nas = p>
cidades. Na agri= cultura, essa divisão tornava-se mais difícil pela existência = p>
da exploração parcelar, paralelamente à qual se desenvolv= eu a indústria
doméstica= dos próprios camponeses; na indústria, não existia divisão do
trabalho dentro = de cada ofício, e muito pouca entre os diferentes ofícios. A = p>
divisão e= ntre o comércio e a indústria existia já nas cidades antigas,= mas só
mais tarde se
desenvolveu nas cidades novas, quando estas iniciaram
contatos mútuos.
O agrupamento de terras de uma certa extensão em reinos feudais era tanto = p>
uma necessidade = para a nobreza da terra como para as cidades. É por esta = p>
razão que= a organização da classe dominante, isto é, da nobreza, t= eve sempre
um monarca à cabeça.
* * *
Como vemos, s&at= ilde;o sempre indivíduos determinados (15), com uma atividade
produtiva que se
desenrola de um determinado modo, que entram em
relaç&oti= lde;es sociais e políticas determinadas. É necessário que, em cada caso
particular, a observação empírica (16) = span>mostre nos fatos, e sem qualquer
especulaç= ão ou mistificação, o elo existente entre a estrutura social e política
e a produção.estrutura sociaL e o Estado resultam constantemente = do = p>
processo vital de indivíduos determinados; mas não resultam daquilo que = p>
estes indivíduos aparentam perante si mesmos ou perante outros e sim = p>
daquilo que s&at= ilde;o ira ,realidade, isto é, tal como trabalham e produzem = p>
materialmente. Resultam portanto da forma como atuam partindo de bases, = p>
condiç&ot= ilde;es e limites materiais determinados e independentes da sua vontade = p>
(17)
A
produção de idéias, de representações e =
da
consciência está em primeiro
lugar direta e intimamente ligada à atividade material e ‘ao comércio = = p>
material dos hom= ens; é a linguagem da vida real. As representações, o = p>
pensamento, o comércio intelectual dos homens surge aqui como emanaçã= ;o = p>
direta do seu comportamento material. O mesmo acontece com a produção = p>
intelectual quan= do esta se apresenta na linguagem das leis, política, moral, = p>
religião, metafísica, etc., de um povo. São os homens que produzem as s= uas = p>
representa&ccedi= l;ões, as suas idéias, etc. (18) , mas os homens reais, atuantes e tais
como foram condicionados por um determinado desenvolvimento das suas = p>
forças produtivas e do modo de relações que lhe corresponde, incluin= do até
as formas mais a=
mplas
que estas possam tomar A consciência nunca pode
ser mais do que = o Ser consciente e o Ser dos homens é o seu processo da = p>
vida real. E se = em toda a ideologia os homens e as suas relações nos surgem = p>
invertidos, tal = como acontece numa câmera obscura (19) i= sto é apenas o
resultado do seu=
processo
de vida histórico, do mesmo modo que a imagem
invertida dos ob= jetos que se forma na retina é uma conseqüência do seu = p>
processo de vida diretamente físico.
Contrariamente à filosofia alemã, que desce do céu para a terra, aqui parte-se
da terra para at= ingir o céu. Isto significa que não se parte daquilo que os = p>
homens dizem, im=
aginam
e pensam nem daquilo que são nas palavras, no
pensamento na imaginação e na representação de outrem para ch= egar aos
homens em carne e osso; parte-se dos homens, da sua atividade real. É a = p>
partir do seu pr=
ocesso
de vida real que se representa o desenvolvimento dos
reflexos e das repercussões ideológicas deste processo vital. Mesmo as = p>
fantasmagorias correspondem, no cérebro humano, a sublimações = p>
necessariamente =
resultantes
do processo da sua vida material que pode ser
observado empiricamente e que repousa em bases materiais. Assim, a moral, = p>
a religiã= o, a metafísica e qualquer outra ideologia, tal como as formas de = p>
consciênci= a que lhes correspondem, perdem imediatamente toda a aparência = p>
de autonomia. Não têm história, não têm desenvolvimento; serão antes os
homens que, desenvolvendo a sua produção material e as suas relações
materiais, transformam, com esta realidade que lhes é própria, o seu = p>
pensamento e os = produtos desse pensamento. ,,Não é a consciência que = p>
determina a vida= , mas sim a vida que determina a consciência. Na primeira = p>
forma de conside= rar este assunto, parte-se da consciência como sendo o = p>
indivíduo= vivo, e na segunda, que corresponde à vida real, parte-se dos = p>
próprios indivíduos reais e vivos e considera-se a consciência unicamen= te = p>
como sua consciência
Esta forma de considerar o assunto não é desprovida de pressupostos. Parte = = p>
de premissas rea= is e não as abandona um único instante. Estas premissas são= = p>
os homens, n&ati= lde;o isolados nem fixos de uma qualquer forma imaginária, mas = p>
apreendidos no s= eu processo de desenvolvimento real em condições = p>
determinadas,
desenvolvimento este que é visível empiricamente. Desde que <=
span
style=3D'color:black;display:none;mso-hide:all'>
se represente es= te processo de atividade vital, a história deixa de ser uma = p>
coleç&ati= lde;o de fatos sem vida, como a apresentam os empiristas, e que são ainda = = p>
abstratos, ou a ação imaginária de sujeitos imaginários, como a apresentam
os idealistas.
É onde te= rmina a especulação, isto é, na vida real, que começa= a ciência real,
positiva, a expressão da. atividade prática., do processo de desenvolvime= nto = p>
prático d= os homens É nesse ponto que termina o fraseado oco sobre a = p>
consciênci= a e o saber real passa a ocupar o seu lugar. Ao expor a realidade, a = p>
filosofia deixa =
de ter
um meio onde possa existir de forma autônoma. Em
vez dela poder-se-á considerar, quando muito, uma síntese dos resultad= os = p>
mais gerais que é possível abstrair do estudo do desenvolvimento histó= rico
dos homens. Estas abstrações, tomadas em. si, destacadas da história rea= l = p>
não t&eci= rc;m qualquer valor. Podem quando muito servir para classificar mais = p>
facilmente a matéria, para indicar a sucessão das suas estratificações
particulares. Mas não dão, de forma alguma como a filosofia, urna receita, = p>
um esquema segun= do o qual se possam acomodar as épocas históricas. Pelo = p>
contrário= , a dificuldade começa precisamente quando se inicia o estudo (20)
e a classificação desta matéria, quer se trate de uma época passada ou do
tempo presente. =
A eliminação
destas dificuldades depende de premissas que
é impossível desenvolver aqui, pois resultam do estudo do processo de = vida
real e da atuação dos indivíduos de cada época. Iremos explicar através de
exemplos históricos algumas das abstrações consciência que usaremos
quando do estudo da ideologia.
[2]
É certo <= span style=3D'color:blue'>(21) que não nos preocuparemos em explic= ar aos nossos sábios
filósofos= que, ao dissolverem na «Consciência de si» a filosofia, a teologia, a
substância, etc., libertando assim «o Homem» da ditadura que nunca o = p>
subjugou, n&atil= de;o contribuíram sequer para que a «libertação»= ; do «homem»
avançasse ‘um único passo; que não é possível levar= a cabo urna libertação
real sem ser no = mundo real e através de meios reais; que não é possív= el = p>
abolir a escrava= tura sem a máquina a vapor e a muke-jenny (22)= nem a <= /span>
servidão = sem aperfeiçoar a agricultura; que, mais genericamente. não &eacu= te; = p>
possível libertar os homens enquanto eles não estiverem completamente = p>
aptos a fornecer=
em-se
de comida e bebida, a satisfazerem as suas
necessidades de alojamento e vestuário em qualidade e quantidade perfeitas = p>
(23) = lib= ertação A «libertação» é um fato histórico e não um fato intelectual,
e é provo= cado por condições históricas, pelo [progresso] da indústria, do
comércio,= da agricultura... (24) estas (provocam) depo= is, em virtude dos seus
diferentes
estádios de desenvolvimento, esses absurdos: a substância, o <=
span
style=3D'color:black;display:none;mso-hide:all'>
sujeito, a consciência de si e a crítica pura, assim como os absurdos = p>
religiosos e teológicos, que são novamente eliminados quando já estão
suficientemente desenvolvidos. Naturalmente, num país como a Alemanha, = p>
onde o desenvolv= imento histórico é atualmente miserável, os fatos históricos
ausentes s&atild=
e;o
substituídos por esses desenvolvimentos de idéias deixasse, <=
span
style=3D'color:black;display:none;mso-hide:all'>
essas pobrezas
idealizadas e ineficazes que se incrustam, tornando-se
necessário combatê-los. Mas esta luta não tem uma importância histórica
geral, ela só tem uma importância local=
(25)
(A Histór=
ia]
De fato, para o materialista prático (26) ou seja = para o comunista, é mister
revolucionar o m=
undo
existente, atacar e transformar praticamente o estado
de coisas que encontra. Se por vezes se observam em Feuerbach pontos de = p>
vista semelhante= s a este, é necessário anotar que nunca vão além de simples
intuiç&ot= ilde;es isoladas com muito pouca influência sobre toda a sua concepção
geral; apenas po=
demos
considerá-los como germes susceptíveis de
desenvolvimento.= Para Feuerbach, a «concepção» (27) do mundo sensível
limita-se, por um lado, à simples contemplação deste último e, por outro, ao
simples sentimen= to. Refere-se ao «Homem» em vez de se referir aos = p>
«homens históricos reais». «O Homem» é na realidade “o Alemão”, No
primeiro caso, i= sto é, na contemplação do mundo sensível. choca-se = = p>
necessariamente = com objetos que se encontram em contradição com a sua = p>
consciênci= a e o seu sentimento, que perturbam a harmonia de todas as partes = p>
do mundo sensível que pressupusera. sobretudo a do homem e da natureza = p>
Para eliminar es= tes objetos é-lhe necessário refugiar-se num duplo ponto de = p>
vista: entre uma visão profana que apenas se apercebe daquilo «que é visível
a olho nu»= e uma outra mais elevada, filosófica, que alcança a «verdadei= ra = p>
essência das coisas». (28)
Não v&eci= rc; que o mundo sensível em seu redor não é objeto dado diretamente
para toda a eternidade, e sempre igual a si mesmo, mas antes o produto da = p>
indústria= e do estado da sociedade, isto é, um produto histórico, o resultad= o = p>
da atividade de = toda uma série de gerações (29) = cada uma das quais
ultrapassava a precedente. aperfeiçoando a sua indústria e o seu comércio, e
modificava o seu regime social em função da modificação das necessidades. = p>
Os objetos certe= za da mais simples «certeza sensível» só são dad= os a
Feuerbach através do desenvolvimento social, da indústria e das trocas = = p>
comerciais. Sabe= -se que a cerejeira, como todas as outras árvores frutíferas, = p>
foi trazida para= as nossas latitudes pelo comércio, apenas há alguns sécul= os, = p>
e que foi somente devido à ação de uma sociedade determinada, numa época
determinada, que=
a
árvore surgiu como «certeza sensível» a
Feuerbach.
Aliás, ne= sta concepção que vê as coisas tais como são na realidade e como
realmente ocorre= m, qualquer problema filosófico profundo se reduz muito = p>
simplesmente a u=
m fato
empírico, como veremos mais claramente um pouco
adiante. Tomemos= como exemplo a importante questão das relações entre o = p>
homem e a nature= za (ou mesmo, tal como Bruno diz na página 110 (= 30), as =
«contradi&= ccedil;ões na natureza e na história.», como se aí houvesse duas «coisas»
disjuntas, como =
se o
homem não se encontrasse sempre perante uma
natureza que &ea= cute; histórica e uma história que é natural). Esta questão, da qual
nasceram todas as «obras de uma grandeza insondável» (31) sobre a
«Subst&aci= rc;ncia» e a «Consciência de si», reduz-se à compreens&atil= de;o do fato de
que a tão célebre «Unidade do homem e da natureza» existiu sempre = na = p>
indústria= e se apresentou em cada época sob formas diferentes consoante o = p>
desenvolvimento =
maior
ou menor dessa indústria; e o mesmo acontece
quanto à «Luta» do homem contra a natureza, até que as forç= ;as produtivas
desde últ= imo se tenham desenvolvido sobre uma base adequada. A indústria = p>
e o comér= cio, a produção e a troca das necessidades vitais condicionam a = p>
distribuiç= ;ão, a estrutura das diferentes classes sociais, sendo por sua vez, = p>
condicionadas po=
r elas
no seu modo de funcionamento. E é por isso que
Feuerbach apenas vê, por exemplo, em Manchester, fábricas e máquinas, = p>
quando há= um século atrás apenas aí existiam teares e oficinas de tecelão, e
só descob= re pastagens e pântanos nos campos romanos onde, no tempo de = p>
Augusto, s&oacut= e; poderia ter encontrado vinhas e mansões de capitalistas = p>
romanos. Feuerba= ch refere-se em particular à concepção da ciência d= a = p>
natureza, evoca segredos que apenas são visíveis pelo físico e o químico;
mas que seria da ciência da natureza sem o comércio e a indústria? E não
serão o comércio e a indústria, a atividade material dos homens, que = = p>
atribuem um fim = a essa ciência da natureza dita «pura» e lhe fornecem os = p>
seus materiais?
Essa atividade, = esse trabalho, essa criação material incessante dos homens, = p>
essa produção é a base de todo o mundo sensível tal = como hoje existe, e a tal
ponto que se o interrompêssemos apenas por um ano, Feuerbach não só = p>
encontraria enor= mes modificações no mundo ‘natural como até lamentar= ia a
perda de todo o = mundo humano e da sua própria faculdade de contemplação, = p>
ou mesmo da sua
própria existência. É certo que o primado da natureza <=
span
style=3D'color:black;display:none;mso-hide:all'>
exterior n&atild= e;o deixa por isso de subsistir, e tudo isto não pode certamente = p>
aplicar-se aos primeiros homens nascidos por generatio aequivoca (geração = p>
espontânea= ), mas esta distinção apenas tem sentido se se considerar o = p>
homem como sendo
diferente da natureza. De qualquer modo, esta natureza
que precede a história dos homens não é de forma alguma a natureza q= ue = p>
rodeia Feuerbach= ; tal natureza não existe nos nossos dias, salvo talvez em = p>
alguns ató= ;is australianos de formação recente, e portanto não existe para
Feuerbach.
Admitimos que Feuerbach tem sobre os materialistas «puros» a grande = p>
vantagem de se aperceber de que o homem é também um «objeto sensível»;
mas abstraiamos = do fato de apenas o considerar como «objeto sensível» e = p>
não como «atividade sensível», pois nesse ponto ainda se agarra à teoria e
não integ= ra os homens no seu contexto social, nas suas condições de vida = p>
que fizeram dele= s o que são. Não há dúvida de que nunca atinge os homens
que existem e at=
uam
realmente, que se atém a uma abstração, homem real o <=
span
style=3D'color:black;display:none;mso-hide:all'>
«Homem&raq= uo;, e que apenas consegue reconhecer o homem «real, individual, = p>
em carne e osso», no sentimento ou, dizendo de outro modo, apenas conhece = p>
o amor e a amiza= de enquanto «relações humanas» «do homem com o= = p>
homem», e = mesmo assim idealizadas. Não critica as atuais condições de = = p>
vida. Não consegue apreender o mundo sensível como a soma da atividade = p>
viva e fí= sica dos indivíduos que o compõem e, quando por exemplo observa = p>
um grupo de home=
ns com
fome, cansados e tuberculosos, em vez de homens
de bom porte, &e=
acute;
constrangido a refugiar-se na «concepção superior das <=
span
style=3D'color:black;display:none;mso-hide:all'>
coisas» e = na «compensação ideal no interior do Gênero»; = cai portanto no
idealismo, precisamente onde o materialismo vê simultaneamente a = p>
necessidade e a condição de uma transformação radical tanto da indústria
como da estrutura social.
Enquanto materia= lista, Feuerbach nunca faz intervir a história; e quando = p>
aceita a história, não é materialista. Nele, história e materialismo são coisas
complemente sepa= radas, o que de resto já é suficientemente explicado pelas = p>
considerações precedentes. (32)
Relativamente ao=
s Alemães,
que se julgam desprovidos de qualquer
pressuposto, dev= emos lembrar a existência de um primeiro pressuposto de = p>
toda a existência humana e, portanto, de toda a história, a saber, qu= e os
homens devem est= ar em condições de poder viver a fim de afazer história». = p>
Mas, para viver, é necessário antes de mais beber, comer, ter um tecto onde = p>
se abrigar, vest= ir-se, etc., O primeiro fato histórico é pois a produçã= ;o dos
meios que permit= em satisfazer as necessidades, a produção da própria vida= = p>
material; trata-= se de uni fato histórico, de uma condição fundamental de tod= a = p>
a históri= a, que é necessário, tanto hoje como há milhares de anos, executar
dia a dia, hora a
hora, a fim de manter os homens vivos. Mesmo quando a
realidade sensível se reduz a um simples pedaço de madeira, ao mínimo
possível,=
como
produz o peda&cc= edil;o de madeira. Em qualquer concepção histórica, é primeiro
necessário observar este fato fundamental em toda a sua importância e = p>
extensão e colocá-lo no lugar que lhe compete. Todos sabem que os = p>
Alemães n= unca o fizeram; nunca tiveram uma base terrestre para a história e = p>
nunca tiveram, p=
or
isso, nenhum historiador. Tanto os franceses como os
ingleses, se bem= que apenas se apercebessem da conexão entre este fato e a = p>
história = de um ponto de vista bastante restrito, e sobretudo enquanto se = p>
mantiveram prisioneiros da ideologia política, não deixaram por isso de = = p>
levar a cabo as primeiras tentativas para dar à historiografia uma base = p>
materialista, escrevendo as primeiras histórias da sociedade civil, do = p>
comércio e da indústria.
O segundo ponto a
considerar é que uma vez satisfeita a primeira
necessidade, a ação de a satisfazer e o instrumento utilizado para tal = p>
conduzem a novas necessidades e essa produção de novas necessidades = p>
constitui o prim= eiro fato histórico. É aí que se reconhece imediatamente de= = p>
que massa &eacut= e; feita a grande sabedoria histórica dos Alemães; porque na fal= ta = p>
de material posi= tivo e quando não debatem disparates teológicos, políticos = p>
ou literá= rios, os Alemães deixam de falar em história para passarem a referi= rse = p>
aos «tempos pré-históricos», não nos indicando aliás = como se passa desta
absurda «pré-história» para a história propriamente dita se bem que seja
evidente, por ou= tro lado, que as suas especulações históricas se servem de= sta = p>
pré-hist&= oacute;ria» porque aí se julgam a salvo da ingerência dos «toscos = p>
acontecimentos&r= aquo; e ainda porque aí podem dar rédea solta aos seus instintos = p>
especulativos pr= opondo e recusando milhares de hipóteses.&= nbsp;
O terceiro aspec= to que intervém diretamente no desenvolvimento histórico é = p>
o fato de os hom= ens, que em cada dia renovam a sua própria vida, criarem = p>
outros homens. reproduzirem-se; é a relação entre o homem e a mulher,= os = p>
pais e os filhos= , a família. Esta família, que é inicialmente a úni= ca relação
social, transfor= ma-se numa relação subalterna (exceto conceito social = p>
Alemanha) quando= o acréscimo das necessidades engendra novas relações = p>
sociais e o crescimento da população dá origem a novas necessidade= s; devese
por conseguinte abordar e desenvolver este tema da família a partir dos = p>
fatos empí= ;ricos existentes e não do «conceito de família», como é hábito
fazer-se na Alem= anha. Aliás, não se devem compreender estes três aspectos = p>
da atividade soc= ial como três estados diferentes, mas muito simplesmente = p>
como três aspectos ou, para empregar uma linguagem compreensível para os = p>
Alemães, três «momentos» que coexistiram desde o início da história dos
primeiros homens=
o que
ainda hoje nela se manifestam. =
p>
A
produção da vida, tanto a própria através do
trabalho como a alheia através da
procriação, surge-nos agora como uma. relação
dupla: por um lado como uma
relação natural e, por outro, como uma relação
social - social no sentido de
ação conjugada de vários indivíduos, não
importa em que condiç&ot=
ilde;es,
de que maneira e com que objetivo. Segue-se que um determinado modo=
de
produção ou estádio de desenvolvimento industrial se <=
span
style=3D'color:black;display:none;mso-hide:all'>
encontram permanentemente ligados a um modo de cooperação ou a um = p>
estado social determinados, e que esse modo de cooperação é ele mesm= o = p>
uma «força produtiva»; segue-se igualmente que o conjunto das forças
produtivas acessíveis aos homens determina o estado social e que se deve = p>
estudar e elabor= ar a «história dos homens» em estreita correlaçã= ;o com a
história = da indústria e das trocas. Mas é também evidente que &eac= ute; impossível
escrever tal história na Alemanha, pois faltam aos Alemães, para o fazer, não
somente os mater= iais e a capacidade para a conceber mas também a «certeza = p>
sensível,= ; e por outro lado não é possível levar a cabo experiências sobre
estas quest&otil= de;es do outro lado do Reno visto que aí já não se faz história. = p>
Logo, manifesta-= se imediatamente um sistema de laços materiais entre os = p>
homens que &eacu= te; condicionado pelas necessidades e o modo de produção e que = p>
é t&atild= e;o velho como os próprios homens - sistema de laços que adquire = = p>
constantemente n= ovas formas e tem assim uma «história» mesmo sem que = p>
exista ainda qua= lquer absurdo político ou religioso que contribua também = p>
para unir os homens.
E só agor= a, depois de já examinados quatro momentos, quatro aspectos das = p>
relaç&oti= lde;es históricas originárias, nos apercebemos de que o homem também
possui «consciência». (33)
Mas não se trata de uma consciência que seja de antemão consciência= = p>
«pura&raqu= o;. Desde sempre pesa sobre o «espírito» a maldição de estar
«imbu&iacu= te;do» de uma matéria que aqui se manifesta sob a forma de camadas de = p>
ar em movimento,=
de
sons, numa palavra, sob a forma da linguagem. A
linguagem &eacut= e; tão velha como a consciência: é a consciência rea= l. prática, que
existe tamb&eacu= te;m para outros homens e que portanto existe igualmente só para = p>
mim e, tal como a consciência. = p>
só surge = com a necessidade, as exigências dos contatos com os outros = p>
homens (34)
Onde existe uma relação, ela existe para mim. O animal «não se encontra em
relaç&ati= lde;o» com coisa alguma. não conhece de fato qualquer relação; para o
animal, as relações com os outros não existem enquanto relações. = p>
A consciên= cia é pois um produto social e continuará a sê-lo enquanto houver
homens. A consciência é. antes de tudo, a consciência do meio sensível
imediato e de uma relação limitada com outras pessoas e outras coisas = p>
situadas fora do indivíduo que toma consciência; é simultaneamente a = p>
consciênci=
a da
natureza que inicialmente se depara ao homem como uma
força francamente estranha, toda-poderosa e inatacável, perante a qual os = = p>
homens se compor=
tam de
uma forma puramente animal e que os atemoriza
tanto como aos animais; por conseguinte, uma consciência de natureza = p>
puramente animal (religião natural (35)). Por outro= lado, a consciência da
necessidade de entabular relações com os indivíduos que o cercam marc= a = p>
para o homem a t=
ornada
de consciência de que vive efetivamente em
sociedade. Este = como é tão animal como a própria vida social nesta fase; = p>
trata-se de uma simples consciência gregária e, neste aspecto, o homem = p>
distingue-se do carneiro pelo simples fato de a consciência substituir nele o = p>
instinto ou de o= seu instinto ser um instinto consciente. Esta consciência = p>
gregária = ou tribal desenvolve-se e aperfeiçoa-se posteriormente devido ao = p>
aumento da produtividade, das necessidades e da população, que constitui= = p>
aqui o fator básico. É deste modo que se desenvolve a divisão do trabalho
que primitivamen= te não passava de divisão de funções no ato sexual= e, mais
tarde, de uma divisão «natural» do trabalho consoante os dotes físicos (o
vigor corporal, = por exemplo), as necessidades, o acaso, etc. A divisão do = p>
trabalho s&oacut= e; surge efetivamente a partir do momento em que se opera uma = p>
divisão e= ntre o trabalho material e intelectual. A partir deste momento, a = p>
consciênci= a pode supor-se algo mais do que a consciência da prática = p>
existente, que
representa de fato qualquer coisa sem representar algo de real.
E igualmente a p= artir deste instante ela encontra-se em condições de se = p>
emancipar do mun= do e de passar à formação da teoria pura», teologia, = = p>
filosofia, moral=
, etc.
Mas mesmo quando essa teoria, essa teologia, essa
filosofia, essa = moral, etc., entram em contradição com as relações existentes,
isso deve-se ape= nas ao fato de as relações sociais existentes terem entrado = p>
em contradição com a força produtiva existente; ali&aacut= e;s, o mesmo pode
acontecer numa
determinada esfera nacional porque, nesse caso, a
contradiç= ão produz-se não no interior dessa esfera nacional mas entre a = p>
consciência naciona1 a prática das outras nações, quer dizer, entr= e a = p>
consciência nacional de. urna determinada nação e a sua consciência= = p>
universal (36) (como atualmente na Alemanha); pelo que pa= ra essa nação, e
parque aparentem= ente tal contradição apenas se apresenta como contradição
no seio da consciência nacional, a luta parece limitar-se a uma órbita = p>
nacional pois es= se país incarna a própria podridão. Pouco importa, de res= to, = p>
aquilo que a con=
sciência
empreende isoladamente; toda essa podridão tem
um único resultado: os três momentos, constituídos pela força produtiva o
estado social e a consciência, podem e devem necessariamente entrar em = p>
conflito entre s= i, pois, através da divisão do trabalho, torna-se possíve= l = p>
aquilo que se ve=
rifica
efetivamente: que a atividade intelectual e material
(37)<=
/span>, o=
gozo e
o trabalho, a produção e o consumo, caibam a indivíduo=
s =
p>
distintos;
então, a possibilidade de que esses elementos não entrem em <=
span
style=3D'color:black;display:none;mso-hide:all'>
conflito reside unicamente na hipótese do acabar de novo com a divisão do = p>
trabalho. Consequentemente, os «fantasmas», «laços», «ente superior»,
«conceito&= raquo;, «escrúpulos» (38), são apenas a expressão mental idealista, a = p>
representa&ccedi= l;ão aparente do indivíduo isolado, a representação de cade= ias e <= /span>
limitaç&o= tilde;es muito empíricas no interior das quais se move o modo de = p>
produç&at= ilde;o da vida e o modo de troca que este implica. (39)=
Esta divis&atild= e;o do trabalho, que implica todas estas contradições e repousa por = = p>
sua vez sobre a divisão natural do trabalho na família e sobre a divisã= ;o da =
sociedade em famílias isoladas e opostas, implica simultaneamente a = p>
repartiç&= atilde;o do trabalho e dos seus produtos, distribuição desigual tanto = em = p>
qualidade como em quantidade; dá portanto origem à propriedades cuja = p>
primeira forma, = o seu germe, reside na família, onde a mulher e as crianças = p>
são escra=
vas do
homem. A escravatura, decerto ainda muito rudimentar e
latente na família, é a primeira propriedade, que aqui já corresp= onde aliás à
definiç&a= tilde;o dos economistas modernos segundo a qual é constituída pela li= vre = p>
disposiç&= atilde;o da força de trabalho de outrem. De resto, divisão do trabalho= e = p>
propriedade priv= ada são expressões idênticas - na primeira, enuncia-se = p>
relativamente &a=
grave;
atividade o que na segunda se enuncia relativamente ao
produto desta atividade.
A divisão= do trabalho implica ainda a contradição entre o interesse do = p>
indivíduo
singular ou da família singular e o interesse coletivo de todos os <=
span
style=3D'color:black;display:none;mso-hide:all'>
indivíduo= s que se relacionam entre si; mais ainda, esse interesse coletivo não = p>
existe apenas,
digamos, na idéia, enquanto «interesse universal», mas <=
span
style=3D'color:black;display:none;mso-hide:all'>
sobretudo na rea= lidade como dependência recíproca dos indivíduos entre os = p>
quais é partilhado o trabalho.
Ê precisam=
ente
esta contradição entre o interesse particular e o interesse <=
span
style=3D'color:black;display:none;mso-hide:all'>
coletivo que faz=
com
que o interesse coletivo adquira, na qualidade de
Estado, uma forma independente, separada dos interesses reais do indivíduo = p>
e do conjunto e = tome simultaneamente a aparência de comunidade ilusória, = p>
irias sempre sob=
re a
base concreta dos laços existentes em cada
conglomerado fam= iliar e tribal, tais como laços de sangue, língua, divisão d= o = p>
trabalho em larga
escala e outros interesses; e entre esses interesses
ressaltam particularmente os interesses das classes já condicionadas pela = p>
divisão do trabalho, que se diferenciam em qualquer agrupamento deste tipo = p>
e entre as quais existe uma que domina as restantes. Daqui se depreende que = p>
todas as lutas n= o seio do Estado, a luta entre a democracia, a aristocracia e a = p>
monarquia, a lut= a pelo direito de voto, etc., etc., são apenas formas ilusórias = p>
que encobrem as =
lutas
efetivas das diferentes classes entre si (aquilo de que
os teóric= os alemães nem sequer suspeitam, se bem que sobre isso se lhes = p>
tenha mostrado o suficiente nos Anais franco-alemães e na Sagrada Família = p>
(40)<= /span>; depreende-se igualmente que toda a classe que aspira ao domínio, = p>
mesmo que o seu domínio determine a abolição de todas as antigas forma= s = p>
sociais da dominação em geral, como acontece com o proletariado, deve = p>
antes de tudo conquistar o poder político para conseguir apresentar o seu = p>
interesse próprio como sendo o interesse universal, atuação a que é
constrangida nos primeiros tempos.
Precisamente por= que os indivíduos só procuram o seu interesse particular - = p>
que para eles não coincide com o seu interesse coletivo, pois a = p>
universalidade é apenas unia forma ilusória da coletividade - esse interesse= = p>
apresenta-se com= o um interesse particular que lhes é «estranho» e = p>
«independe= nte», e que simultaneamente é um interesse «universal especial e = p>
particular; ou então oscilam no selo deste dualismo, como acontece na = p>
democracia. Por = outro lado, o combate prático destes interesses particulares, = p>
que se chocam
constante e realmente com os interesses coletivos e
ilusoriamente coletivos, torna necessário a intervenção práti= ca e o <= /span>
refreamento
através do interesse «universal» ilusório sob a f=
orma
de Estado.
Finalmente, a divisão do trabalho oferece-nos o primeiro exemplo do = p>
seguinte fato: a
partir do momento em que os homens vivem na sociedade
natural, desde q= ue, portanto, se verifica uma cisão entre o interesse particular = p>
e o interesse co= mum, ou seja, quando a atividade já não é dividida = p>
voluntariamente = mas sim de forma natural, a ação do homem transforma-se = p>
para ele num pod= er estranho que se lhe opõe e o subjuga, em vez de ser ele a = p>
dominá-la= . Com efeito, desde o momento em que o trabalho começa a ser = p>
repartido, cada indivíduo tem uma esfera de atividade exclusiva que lhe é = p>
imposta e da qual
não pode sair; é caçador, pescador, pastor ou
crítico (41) e
não pode =
deixar
de o ser se não quiser perder os seus meios de subsistência.
Na sociedade comunista, porém, onde cada indivíduo pode aperfeiçoar= -se no =
campo que lhe aprouver, não tendo por isso uma esfera de atividade = p>
exclusiva, &eacu= te; a sociedade que regula a produção geral e me possibilita fazer = = p>
hoje uma coisa, amanhã outra, caçar da manhã, pescar à tarde, pastorear à
noite, fazer crítica depois da refeição, e tudo isto a meu bel-praz= er, sem por
isso me tornar exclusivamente caçador, pescador ou crítico. Esta fixação da
atividade social= , esta petrificação do nosso próprio trabalho num poder = p>
objetivo que nos
domina e escapa ao nosso controlo contrariando a nossa
expectativa e destruindo os nossos cálculos, é um dos momentos capitaisR= 17; do =
desenvolvimento histórico até aos nossos dias (42)=
. O poder social=
, quer
dizer, a força produtiva multiplicada que é devida à <=
span
style=3D'color:black;display:none;mso-hide:all'>
cooperaç&= atilde;o dos diversos indivíduos, a qual é condicionada pela divisão do
trabalho, n&atil= de;o se lhes apresenta como o seu próprio poder conjugado, pois = p>
essa colaboração não é voluntária e sim natur= al, antes lhes surgindo como
um poder estranh= o, situado fora deles e do qual não conhecem nem a origem = p>
nem o fim que se propõe, que não podem dominar e que de tal forma = p>
atravessa uma série particular de fases e estádios de desenvolvimento tão
independente da vontade e da marcha da humanidade que é na verdade ela = p>
quem dirige essa vontade e essa marcha da humanidade.
Esta «alienação» - para que a nossa posiç&atild= e;o seja compreensível para os
filósofos= - só pode ser abolida mediante duas condições práticas. Para que
ela se transform= e num poder «insuportável», quer dizer, num poder contra o = p>
qual se fa&ccedi= l;a uma revolução, é necessário que tenha dado orig= em a uma
massa de homens totalmente «privada de propriedade», que se encontre = p>
simultaneamente = em contradição com um mundo de riqueza e de cultura = p>
com existê= ncia real; ambas as coisas pressupõem um grande aumento da = p>
força produtiva, isto é, um estádio elevado de desenvolvimento. Por outro
lado, este
desenvolvimento das forças produtivas (que implica já que a <=
span
style=3D'color:black;display:none;mso-hide:all'>
existência empírica atual dos homens decorra no âmbito da história mundial
e não no = da vida loca]) é uma condição prática prévia absolutamente
indispensá= ;vel, pois, sem ele, apenas se generalizará a penúria e, com a = p>
pobreza, recomeçará paralelamente a luta pelo indispensável e cair-se-á
fatalmente na imundície anterior. Ele constitui igualmente uma condiç&atild= e;o = p>
prática s= ine qua non, pois é unicamente através desse desenvolvimento = p>
universal das forças produtivas que é possível estabelecer um intercâmbio
universal entre =
os
homens e porque, deste modo, o fenômeno da massa
«privada de
propriedade» pode existir simultaneamente em todos os países <=
span
style=3D'color:black;display:none;mso-hide:all'>
(concorrên=
cia
universal), tornando cada um deles dependente das
perturbaç=
ões
dos restantes e fazendo com que finalmente os homens
empiricamente universais vivam de fato a história mundial em vez de serem = p>
indivíduos vivendo numa esfera exclusivamente local. Sem isto: 1.) o = p>
comunismo s&oacu= te; poderia existir como fenômeno local; 2.0) as forças das = p>
relaç&oti= lde;es humanas não poderiam desenvolver-se como forças uni versais e= , = p>
portanto, insuportáveis continuando a ser simples «circunstâncias»
motivadas por superstições locais; 3º) qualquer ampliação das trocas aboliria
o comunismo loca= l. O comunismo só é empiricamente possível como ação
«rá= pida» e simultânea dos povos dominantes, o que pressupõe o = p>
desenvolvimento universal da força produtiva e as trocas mundiais que lhe = p>
estejam estreitamente ligadas.
Para nós,= o comunismo não é um estado que deva ser implantado, nem um = p>
ideal a que a realidade deva obedecer. Chamamos comunismo ao movimento = p>
real que acaba c= om o atual estado de coisas. As condições deste movimento = p>
(43) = res= ultam das premissas atualmente existentes.
Aliás, a = massa de trabalhadores constituída pelos simples operários - força
de trabalho maciça, separada do capital ou de qualquer espécie de satisfação
mesmo limitada - pressupõe o mercado mundial, sendo a existência deste = p>
assegurada pela possibilidade de perda não temporária desse trabalho como = p>
fonte segura de subsistência, perda motivada pela concorrência. O = p>
proletariado
assim como o comunismo, que é o resultado da sua ação, só po= de = p>
concretizar-se enquanto existência «histórico-universal». Existência
histórico= -universal dos indivíduos, isto é, existência dos indivíduo= s = p>
diretamente ligada à história universa=
l.
De outro modo, c= omo poderia a propriedade ter por exemplo uma história, = p>
revestir diferen= tes formas? Como é que a propriedade fundiária teria podido, = p>
com as condições então existentes, passar em França do parcelamento para a
concentraç= ;ão nas mãos de alguns, e em Inglaterra da concentração nas mãos
de alguns para o parcelamento, como atualmente se verifica? Ou então, = p>
como explicar qu= e o comércio, que não é mais do que a troca de produtos = p>
entre diferentes indivíduos e nações, domine o mundo inteiro atrav&eacu= te;s da =
relaç&ati= lde;o entre a oferta e a procura - relação que, segundo um economis= ta = p>
inglês. pa= ira sobre a terra como a antiga fatalidade e distribui, com mão = p>
invisível= , a felicidade e a infelicidade entre os homens cria e destrui = p>
impérios,= faz nascer e desaparecer povos - ao passo que, uma vez abolida a = p>
base, a propried= ade privada, e instaurada a regulamentação comunista da = p>
produç&at= ilde;o que acaba com a situação que levava os homens a sentirem os s= eus = p>
produtos como co= isas estranhas, toda a força da relação entre a oferta e a = = p>
procura é reduzida a nada, readquirindo os homens o domínio da troca, da = p>
produção e do seu modo de comportamento
recíproco?
* * *
A forma das troc=
as,
condicionadas pelas forças de produção existentes em <=
span
style=3D'color:black;display:none;mso-hide:all'>
todas as etapas históricas que precederam a atual e que por sua vez as = p>
condicionam, &ea= cute; a sociedade civil (45), que, como se depr= eende do que ficou
dito, tem por condição prévia e base fundamental a família simples e a
família
composta, aquilo a que chamamos clã e de que já foram dadas <=
span
style=3D'color:black;display:none;mso-hide:all'>
anteriormente definições mais precisas É portanto evidente ser esta = = p>
sociedade civil o verdadeiro lar, o verdadeiro cenário de toda a história e ser= = p>
absurda a antiga concepção da história que. omitindo as relações reais, se
limitava aos gra= ndes acontecimentos históricos e às ações políticas
retumbantes.
Até aqui consideramos principalmente um aspecto da atividade humana: o = p>
trabalho dos hom=
ens
sobre a natureza. O outro aspecto, o trabalho dos
homens sobre os homens... (46)
Origem do Estado e relação do Estado c=
om a
sociedade civil.
* * *
A história não é mais do que a sucessão das diferentes gerações, cada uma
delas explorando= os materiais, os capitais e as forças produtivas que lhes = p>
foram transmitid= as pelas gerações precedentes; por este motivo, cada = p>
geraç&ati= lde;o continua, por um lado, o modo de atividade que lhe foi transmitido = p>
mas em
circunstâncias radicalmente transformadas e, por outro, modifica as <=
span
style=3D'color:black;display:none;mso-hide:all'>
antigas
circunstâncias dedicando-se a uma atividade radicalmente diferente.
Acontece por vez=
es que
estes fatos são completamente alterados pela
especulaç= ão ao fazer da história recente o fim da história anterior: &eac= ute; assim,
por exemplo, que= se atribui à descoberta da América o seguinte objetivo: = p>
ajudar a eclodir= a Revolução francesa. Inserem-se deste modo na história = os = p>
seus objetivos p= articulares. que são transformados numa «pessoa ao lado de = p>
outras pessoas&r= aquo; (a saber, «Consciência de si, Crítica, Único&raqu= o;, etc.), ao passo
que aquilo que se designa pelos termos «Determinação», «Objetivo»,
«Germes&ra= quo;, «Idéia» da história passada é apenas uma a= bstração da história
anterior, uma abstração da influência ativa que a história anterior exerce na
história recente.
Ora, quanto mais=
as
esferas individuais, que atuam uma sobre a outra,
aumentam no deco= rrer desta evolução, e mais o isolamento primitivo das = p>
diversas nações é destruído pelo aperfeiçoamento = do modo de produção,
pela
circulação e a divisão do trabalho entre as
nações que daí resulta
espontaneamente,= mais a história se transforma em história mundial. Assim, = p>
se em Inglaterra= se inventar uma máquina que, na Índia ou na China, tire o = p>
pão a mil= hares de trabalhadores e altere toda a forma de existência desses = p>
impérios,= essa descoberta torna-se um fato da história universal. Foi assim = p>
que o açúcar e o café demonstraram a sua importância p= ara a história
universal no século XIX, quando a carência desses produtos, resultado do = p>
bloqueio contine= ntal de Napoleão, provocou a rebelião dos Alemães contra = p>
aquele general,
transformando-se assim na base concreta das gloriosas
guerras de libertação de 1813. Daqui se depreende que esta transformação da
história = em história universal não é, digamos, um simples fato abstrato da
«Consci&ec= irc;ncia de si», do Espírito do mundo ou de qualquer outro fantasma = p>
metafísic= o, mas uma ação puramente material que pode ser verificada de = p>
forma empí= ;rica, uma ação de que cada indivíduo fornece a prova no ato = de = p>
comer, beber ou vestir-se (47) A bem dizer, também é um fato perfeitamente
empírico = o de, na história passada, com a extensão da atividade ao plano da = = p>
história = universal, os indivíduos terem ficado cada vez mais submetidos a = p>
um poder que lhe=
s era
estranho -opressão que tomavam por uma patifaria
daquilo a que se= chama o Espírito do mundo -, poder que se tornou cada vez = p>
mais maciç=
;o e
se revela, em última instância, tratar-se do mercado mundial.<=
span
style=3D'mso-spacerun:yes'>
Mas é também empírico que esse poder tão misterioso para os teóricos
alemães, será abolido pela supressão do atual estado social, pela revolução
comunista e pela abolição da propriedade privada que lhe é inerente; a = = p>
libertaç&= atilde;o de cada indivíduo em particular realizar-se-á então na medida em
que a hist&oacut= e;ria se for convertendo totalmente em história mundial. A partir = p>
daqui, é
evidente que a verdadeira riqueza intelectual do indivíduo depende <=
span
style=3D'color:black;display:none;mso-hide:all'>
apenas da riquez= a das suas relações reais. Só desta forma se poderá libertar
cada indiv&iacut=
e;duo
dos seus diversos limites nacionais e locais, depois de
entabular relações práticas com a produção do mundo inteiro (incluindo a
produç&at= ilde;o intelectual) e de se encontrar em estado de poder beneficiar da = p>
produç&at= ilde;o do mundo inteiro em todos os domínios (criação dos homens). A
dependência universal, essa forma natural da cooperação dos indiví= duos ú
escala da história mundial, será transformada pela revoluç&atild= e;o comunista em
controlo e domínio consciente desses poderes que, engendrados pela ação
recíproca=
dos
homens uns sobre os outros, se lhes impuserem e os
dominaram at&eac=
ute;
agora. como se se tratasse de poderes absolutamente
estranhos. Esta concepção pode, por sua vez, ser interpretada de forma = p>
especulativa e
idealista, quer dizer, fantástica, como
«auto-criação do
Gênero&raq= uo; (a «sociedade como sujeito»), representando-se através dela= a = p>
sucessiva s&eacu= te;rie de indivíduos relacionados entre si como um único indivíduo
que realizar&aac= ute; o mistério do engendrar-se a si mesmo Aqui poderemos ver = p>
que OS indivíduos se criam uns aos outros, tanto física como = p>
espiritualmente.=
mas
que não se criam a si mesmos nem na disparatada
concepç&a=
tilde;o
do São Bruno (48) nem no sentido do
«Único», do homem «feito
a si mesmo».
A concepç= ão da história que acabamos de expor permite-nos ainda tirar as = p>
seguintes conclusões: 1, No desenvolvimento das forças produtivas ating= e-se
um estádi= o em que surgem forças produtivas e meios de circulação que só
podem ser nefast= os no âmbito das relações existentes e já não são forças
produtivas mas s= im forças destrutivas (o maquinismo e o dinheiro), assim = p>
como, fato ligad=
o ao
precedente, nasce no decorrer desse processo do
desenvolvimento =
uma
classe que suporta todo o peso da sociedade sem
desfrutar das su= as vantagens, que é expulsa do seu seio e se encontra numa = p>
oposiç&at= ilde;o mais radical do que todas as outras classes, uma classe que inclui a = p>
maioria dos memb=
ros da
sociedade e da qual surge a consciência da
necessidade de u= ma revolução, consciência essa que é a consciência
comunista e que,= bem entendido, se pode também formar nas outras classes = p>
quando se compre= ende a situação desta classe particular. 2. As condiçõ= es em =
que se podem uti= lizar forças produtivas determinadas são as condições= de = p>
dominaç&a= tilde;o de uma determinada classe da sociedade (49) o poder social desta
classe, decorren= do do que ela possui, encontra regularmente a sua expressão = p>
prática s= ob forma idealista no tipo de Estado próprio de cada época; &eac= ute; por
isso que toda a = luta revolucionária é dirigida contra uma classe que dominou = p>
até então (50)) Em todas as revoluções anteriores, permanecia inalterado o = p>
modo de atividad= e e procedia-se apenas a uma nova distribuição dessa = p>
atividade, a uma= nova repartição do trabalho entre outras pessoas; a = p>
revoluç&a= tilde;o é, pelo contrário, dirigida - contra o modo de atividade ante= rior - <= /span>
suprime o trabal= ho (51) e acaba com a dominação de t= odas as classes pela
supressão= das próprias classes - pois é realizada pela classe que, no âmbito
da atual socieda= de, já não é considerada como uma classe dentro dessa = p>
sociedade e cons= titui a expressão da dissolução de todas as classes, de toda= s = p>
as nacionalidade= s, etc. Torna-se necessária uma transformação maciç= ;a dos
homens para cria=
r em
massa essa consciência e levar a bom termo esses
objetivos; ora u= ma tal transformação só pode ser efetuada por um = p>
movimento prático, por uma revolução; esta não será então apenas
necessári= a pelo fato de constituir o único meio de liquidar a classe = p>
dominante, mas também porque só uma revolução permitirá à classe que
derruba a outra aniquilar toda a podridão do velho sistema e tornar-se apta a = p>
fundar a sociedade sobre bases novas (52)
Esta concepção da história tem portanto como base o desenvolvimento do
processo real da=
produção,
contritamente a produção material da vida
imediata; conceb= e a forma das relações humanas ligada a este modo de = p>
produç&at= ilde;o e por ele engendrada, isto é, a sociedade civil nos seus diferentes = = p>
estádios,= como sendo o fundamento de toda a história. Isto eqüivale a = p>
representá= ;-la na sua ação enquanto Estado, a explicar através dela o conjunto
das diversas produções teóricas e das formas da consciência, religião, moral,
filosofia, etc.,=
e a
acompanhar o seu desenvolvimento a partir destas
produç&ot= ilde;es; o que permite naturalmente representar a coisa na sua totalidade = p>
(e examinar aind= a a cação recíproca dos seus diferentes aspectos)- Ela não é
obrigada, como acontece à concepção idealista da história, a procurar uma
categoria difere= nte para cada período, antes se mantendo constantemente no = p>
plano real da história; não tenta explicar a prática a partir da idéia, mas sim a
formaç&at= ilde;o das idéias a partir da prática material; chega portanto, &agr= ave; conclusão
de que todas as = formas e produtos da consciência podem ser resolvidos não = p>
pela crít= ica intelectual, pela redução à «Consciência de si» ou pela
metamorfose em
«aparições», em «fantasmas» (53), etc., mas unicamente
pela destruição prática das relações sociais concretas de onde nasceram as
bagatelas ideali= stas. Não é a Crítica mas sim a revolução que constitui a
força mot= riz da história, da religião, da filosofia ou de qualquer outro tipo= de = p>
teorias. Esta concepção mostra que o objetivo da história não consiste em
resolver-se em «Consciência de si» enquanto «Espírito do espírito», mas que
se encontrem dad=
os em
cada estádio um resultado material, uma soma de
forças produtivas, uma relação com a natureza e entre os indivíduos, criados
historicamente e transmitidos a cada geração por aquela que a precede, uma = p>
massa de for&cce= dil;as de produção, de capitais e de circunstâncias que s&atil= de;o por um
lado modificadas= pela nova geração mas que, por outro lado, lhe ditam as = p>
suas próp= rias condições de existência e lhe imprimem um desenvolvimen= to = p>
determinado, um caráter específico; por conseqüência, é tão verdade serem
as circunstâncias a fazerem os homens como a afirmação contrária. Esta
soma de for&cced= il;as de produção, de capitais, de formas de relações sociais, que
cada indiv&iacut= e;duo o cada geração encontram como dados já existentes &eac= ute; a base
concreta daquilo= que os filósofos consideram como «substância» e «essência
do homem»,
daquilo que aprovaram e daquilo que combateram, base
concreta cujos e= feitos e cuja influência sobre o desenvolvimento dos homens = p>
não s&ati= lde;o de forma alguma afetados pelo fato de os filósofos se revoltarem = p>
contra ela na
qualidade de «Consciência de si» e de
«Únicos». São
igualmente essas condições de vida, que cada geração encontra já
elaboradas, que determinam se o abalo revolucionário que se reproduz = p>
periodicamente na história será suficientemente forte para derrubar as bases = p>
de tudo quanto e= xiste; os elementos materiais de uma subversão total são, = p>
por um lado, as forças produtivas existentes e, por outro, a constituiç&atild= e;o de =
uma massa revolucionária que faça a revolução não apenas contra as
condiç&ot= ilde;es particulares da sociedade passada mas ainda contra a própria = p>
«produ&cce= dil;ão da vida» anterior, contra o «conjunto da atividade» que é o seu
fundamento; se e= stas condições não existem, é perfeitamente indifere= nte,
para o desenvolv= imento prático, que a idéia desta revolução já tenha sido
expressa mil vez=
es.
como o prova a história do comunismo.
Até aqui,= todas as concepções históricas recusaram esta base real da história
ou, pelo menos, consideraram-na como algo de acessório, sem qualquer = p>
ligaç&ati= lde;o com a marcha da história. É por isto que a história foi sempre
descrita de acor= do com uma norma que se situa fora dela A produção real da = p>
vida surge na or= igem da história mas aquilo que é propriamente histórico = p>
surge separado d= a vida ordinária, como extra e supraterrestre. As relações = p>
entre os homens = e a natureza são assim excluídas da historiografia, o que d&aacut= e; = p>
origem à oposição entre natureza e história. Consequentemente, = esta
concepç&a= tilde;o só permitiu encontrar os grandes acontecimentos históricos ou= = p>
políticos= , as lutas religiosas e principalmente teóricas, e foi obrigada a = p>
partilhar com qu= alquer época histórica a ilusão dessa época. Suponhamo= s = p>
que uma dada época julga ser determinada por motivos puramente = p>
«pol&iacut=
e;ticos»
ou «religiosos», se bem que «política» e
«religião» constituam
apenas as formas
adquiridas pelos seus motores reais: o seu historiador
aceitará =
aquela
opinião. A «imaginação», a
«representação» que esses
homens determina= dos têm da sua prática real transforma-se no único poder = p>
determinante e a= tivo que domina e determina a prática desses homens. Se a = p>
forma rudimentar= sob a qual se apresenta a divisão do trabalho na Índia e no = p>
Egito suscita a existência nestes países de um regime de castas no Estado e = p>
na religiã= ;o, o historiador pensa que esse regime de castas constitui o poder = p>
que engendrou a =
forma
social rudimentar. Enquanto os Franceses e os
Ingleses se at&e= circ;m à ilusão política, que é ainda a mais próxima da realidade,
os Alemães movem-se no domínio do «espírito puro» e fazem da ilusão
religiosa a força motriz da história. A filosofia da história de H= egel é o
último resultado conseqüente, levado à sua «expressão mais pura», de toda
esta forma de descrever a história, típica dos Alemães, e na qual não
interessam os interesses reais nem sequer os interesses políticos mas sim as = p>
idéias puras.
Nestas condições, não admira que a história surja a São Bruno como uma
mera seqüência de «Idéias» que lutam entre si e que finalmente se resolve na
«Consci&ec= irc;ncia de si», e que para São MAX Stirner, que nada sabe de história,
o desenvolvimento desta seja, e com muito mais lógica, uma simples história = p>
de «cavaleiros», de bandidos e de fantasmas de cuja visão só consegue
escapar gra&cced= il;as ao «gosto do sacrilégio», Esta concepção é verdadeiramente
religiosa, pressupõe que o homem religioso é o homem primitivo de que = p>
parte toda a história, e substitui, na sua imaginação, a produção real dos
meios de vida e = da própria vida por uma produção religiosa de coisas = p>
imaginári= as. Toda esta concepção da história, assim como a sua degradação
e os escrú= ;pulos e as dúvidas que daí resultam, é uma questão puramente
nacional que s&o= acute; interessa aos Alemães. Um exemplo disto é a importante = p>
questão, recentemente muito debatida, de saber como se poderá Exatamente = p>
passar «do= reino de Deus para o reino dos homens»; como se este «reino de = p>
Deus» tive= sse existido alguma vez fora da imaginação dos homens e como = p>
se estes doutos senhores não tivessem vivido sempre (e sem dar por isso) no = p>
«reino dos homens» que procuram, ou como ainda se o divertimento = p>
científic= o - pois trata-se apenas disso que consiste em tentar explicar a = p>
singularidade de= sta construção teórica nas nuvens não fosse muito melhor
aplicado na proc= ura das razões de ela ter nascido do estado de coisas real à = p>
face da terra. Em geral, esses Alemães preocupam-se contentemente em = p>
explicar os absu= rdos que encontram através de outras quimeras; pressupõem = p>
que todos estes absurdos têm um sentido particular que é necessário = p>
descobrir, quando conviria explicar esta fraseologia teórica a partir das = p>
relaç&oti= lde;es reais existentes. A verdadeira solução prática desta fraseologia, a
eliminaç&= atilde;o destas representações na consciência dos homens, s&oacu= te; será
realizada, repitamo-lo, através de uma transformação das circunstâncias e
não por deduções teóricas. Para a grande massa dos homens, par= a o = p>
proletariado, es= tas representações teóricas não existem, e portanto não têm
necessidade de s=
er
suprimidas; e se esses homens já tiveram algumas
representa&ccedi= l;ões teóricas como, por exemplo, a religião, há muito que e= stas
foram destruídas pelas circunstâncias.<= o:p>
O caráter puramente nacional destas questões e das suas soluções manifestase
ainda no fato de=
esses
teóricos acreditarem, e o mais seriamente deste
mundo, que as
divagações do espírito do gênero
«Homem-deus», «Homem»,
etc., presidiram às diferentes épocas da história - São Bruno ch= ega a afirmar
que são a= penas «o Crítico e as críticas que fazem a história&ra= quo; - e ainda,
quando se entreg=
am a
construções históricas, por saltarem rapidamente por <=
span
style=3D'color:black;display:none;mso-hide:all'>
cima de todo o passado, passando da «civilização mongol» à história
propriamente «rica de conteúdo», isto é, à histó= ria dos Anais de Halle e dos
Anais alem&atild= e;es (54), e acabando por nos contar apenas como a e= scola = p>
hegeliana degene= rou em disputa geral. Todas as outras nações e todos os = p>
acontecimentos r= eais foram esquecidos limitando-se o teatro do mundo à = p>
feira dos livros= de Leipzig e às controvérsias recíprocas da «Crítica», do
«Homem» e do «Único» =
(55)
Quando se lembra=
m de
estudar temas verdadeiramente históricos como o
século XV= III, por exemplo, estes filósofos só nos dão a histó= ria das
representa&ccedi= l;ões, destacada dos fatos e dos desenvolvimentos práticos que = p>
delas constituem= a base; mais ainda, só concebem uma tal história com o = p>
objetivo de representar a época em questão como uma primeira etapa = p>
imperfeita, como= um prenúncio ainda limitado da verdadeira época histórica= , = p>
ou seja, da
época de luta dos filósofos alemães, entre 1840 e
1844.
Pretendem portan= to escrever uma história do passado que faça resplandecer = p>
com o maior bril= ho a glória de urna pessoa que não é histórica e daq= uilo que
ela imaginou; não interessa, pois, evocar quaisquer acontecimentos = p>
realmente históricos nem sequer as intrusões da política na história. Em
compensaç= ão, interessa fornecer um escrito que não repouse num estudo = p>
sério mas= sim em montagens históricas e em ninharias literárias, como o fez= = p>
São Bruno= na sua História do século XVI!! atualmente esquecida. Estes = p>
enfatuados merce=
eiros
do pensamento que se julgam infinitamente acima
dos preconceitos nacionais são, na prática, muito mais nacionais do que = p>
esses filisteus =
das
cervejarias que sonham burguesmente com a unidade
alemã. Re= cusam todo o caráter histórico às ações dos ou= tros povos, vivem na
Alemanha e para a Alemanha, transformam a Canção do Reno em hino = p>
espiritual (56), e conquistam a Alsácia-Lorena pilh= ando a filosofia francesa,
em vez de pilhar= em o Estado francês, e germanizando o pensamento francês, = p>
em vez de german=
izarem
as províncias francesas. Até o Sr. Veneday (57) faz
figura de ;cosmo= polita ao lado de São Bruno e de São Max = (58) que
proclamam a hege=
monia
da Alemanha quando proclamam a hegemonia da
teoria. Destas considerações deduz-se facilmente o erro em que cai = p>
Feuerbach quando= (na Revista trimestral de Wigand, 1845, tomo II (59)= ), ao =
qualificar-se de «homem comunitário», se proclama comunista e transforma = = p>
este nome num predicado de «o» homem, julgando assim poder transformar = p>
numa simples cat=
egoria
o termo de comunista que, no mundo atual, designa
aquele que adere= a um determinado partido revolucionário. Toda a dedução = p>
de Feuerbach no = que respeita às relações recíprocas entre os homens= = p>
pretende unicame= nte provar que os homens têm necessidade uns dos outros e = p>
que sempre assim aconteceu. Quer que seja estabelecida a consciência deste = p>
fato; ao contrário dos outros teóricos, apenas pretende suscitar uma j= usta
consciênci= a de um fato existente, ao passo que para o comunista real o que = p>
importa é derrubar essa ordem existente. Por outro lado, reconhecemos que = p>
Feuerbach, nos s= eus esforços para generalizar a consciência deste fato, vai = p>
tão longe quanto lhe é possível sem deixar de ser um teórico e um filósofo;
mas pensamos ser característico o fato de São Bruno e São Max utilizare= m a = p>
representa&ccedi= l;ão do comunista segundo Feuerbach em vez do comunista real, e = p>
de o fazerem em =
parte
com o objetivo de poderem combater o comunismo
enquanto «Espírito do espírito», enquanto categoria filosófica enquanto
adversário existente ao mesmo nível deles - e, no caso de São Bruno, em = = p>
particular, aind=
a por
interesses pragmáticos. Como exemplo deste
reconhecimento e
desconhecimento do estado de coisas existentes,
lembremos a pass= agem da Filosofia do futuro (60) onde desenvol= ve a idéia
de que o Ser de =
um
objeto ou de um homem constitui igualmente a sua
essência, = de que as condições de existência, o modo de vida e a atividad= e = p>
determinada de u= ma criatura animal ou humana são aqueles com que a sua = p>
«essê= ;ncia» se sente satisfeita. Cada concepção é aqui compreendid= a = p>
expressamente co=
mo um
acaso infeliz, como uma anomalia que não se pode
modificar. Porta= nto, se existem milhões de proletários que não se sentem = p>
satisfeitos com = as suas condições de vida, se o seu «Ser» não corresponde de
forma alguma &ag= rave; sua «essência», deveríamos considerar este fato co= mo uma
infelicidade inevitável que seria conveniente suportar tranqüilamente. No = p>
entanto, estes milhões de proletários têm uma opinião muito diferente sobre
este assunto e d=
emonstrá-la-ão
quando chegar o momento, quando puserem
na prátic= a o seu «ser» em harmonia com a sua «essência», através de uma
revoluç&a= tilde;o. É precisamente por isso que, nestes casos, Feuerbach nunca fala = p>
do mundo dos hom=
ens e
se refugia na natureza exterior, na natureza que o
homem ainda n&at= ilde;o controlou. Mas cada invenção nova, cada progresso da = p>
indústria= faz tombar um pouco esta argumentação e o campo onde nascem = p>
os exemplos̵= 7; que permitem verificar as afirmações daquele gênero, diminu= i = p>
cada vez mais. A «essência» do peixe, para retomar um dos exemplos de = p>
Feuerbach, corre= sponde exatamente ao seu «ser», à água, e a «essência» do
peixe de rio será a água desse rio. Mas essa água deixa de ser a su= a = p>
«essê= ;ncia» e transforma-se num meio de existência que não lhe convé= ;m, a <= /span>
partir do moment= o em que passa a ser utilizada pela indústria e fica poluída = p>
por corantes e o= utros desperdícios, a partir do momento em que o rio é = p>
percorrido por b= arcos a vapor ou em que o seu curso é desviado para canais = p>
onde é possível privar o peixe do seu meio de existência pelo simples= ato de =
cortar a á= ;gua. Declarar que todas ais contradições deste gênero s&atil= de;o meras
anomalias inevitáveis não difere de modo algum da consolaç&atild= e;o que São
Stirner oferece = aos insatisfeitos quando lhes declara que esta contradição = p>
lhes é intrínseca, que esta má situação é necessariamente a que lhes
corresponde, concluindo que não lhes compete protestar mas sim guardar = p>
para si mesmos a= sua indignação ou revoltarem-se contra a sua sorte mas de = p>
uma forma m&iacu= te;tica. Esta «explicação» também não difere= da crítica que lhe é
feita por S&atil= de;o Bruno ao afirmar que essa situação infeliz é uma conseqüência
de os interessad=
os se
terem mantido ao nível da «Substância» em vez de <=
span
style=3D'color:black;display:none;mso-hide:all'>
progredirem at&e= acute; à «Consciência de si absoluta» e de não ter= em sabido ver
nessas más
condições de vida o Espírito do seu espírito.
Os pensamentos da classe dominante são também, em todas as épocas, os = p>
pensamentos
dominantes, ou seja, a classe que tem o poder material
dominante numa d=
ada
sociedade é também a potência dominante espiritual.
A classe que dispõe dos meios de produção material dispõe igualmente dos
meios de produção intelectual, de tal modo que o pensamento daqueles a= = p>
quem são recusados os meios de produção intelectual está submet= ido = p>
igualmente &agra= ve; classe dominante. Os pensamentos dominantes são apenas a = p>
expressão= ideal das relações materiais dominantes concebidas sob a forma = p>
de idéias= e, portanto, a expressão das relações que fazem de uma cl= asse a <= /span>
classe dominante; dizendo de outro modo, são as idéias do seu domínio. O= s = p>
indivíduo= s que constituem a classe dominante possuem entre outras coisas = p>
uma consciê= ;ncia, e é em conseqüência disso que pensam; na medida em que = p>
dominam enquanto classe e determinam uma época histórica em toda a sua = p>
extensão, é lógico que esses indivíduos dominem em todos os sentidos, que
tenham, entre ou= tras, uma posição dominante como seres pensantes, como = p>
produtores de idéias, que regulamentem a produção e a distribuição dos
pensamentos da s= ua época; as suas idéias são, portanto, as idéias dominantes
da sua ép= oca. Consideremos por exemplo um país e um tempo em que o = p>
poder real, a aristocracia e a burguesia disputam o poder e onde este é = p>
portanto partilh= ado; vemos que o pensamento dominante é aí a doutrina da = p>
divisão d=
os
poderes, por isso enunciada como «lei eterna».
Reencontramos aq= ui a divisão de trabalho que antes encontramos como uma = p>
das forças capitais da história.
Manifesta-se igualmente no seio da classe dominante sob a forma de divisão = p>
entre o trabalho intelectual e o trabalho material, a ponto de encontrarmos = p>
duas categorias diferentes de indivíduos nessa mesma classe. Uns serão os = p>
pensadores dessa classe (os ideólogos ativos, que refletem e tiram a sua = p>
substância principal da elaboração das ilusões que essa classe te= m de si =
própria),= e os outros têm uma atitude mais passiva e mais receptiva face a = p>
esses pensamento= s e a essas ilusões, porque são, na realidade, os membros = p>
ativos da classe= e dispõem de menos tempo para produzirem ilusões e idéia= s = p>
sobre as suas próprias pessoas. No seio dessa classe, essa cisão só = pode dar
origem a uma cer= ta oposição e a uma certa hostilidade entre as duas partes = p>
ameaçada,=
essa
oposição desaparece e cai a ilusão de que as idé=
;ias
dominantes n&ati=
lde;o
são as idéias da classe dominante e de que têm poder =
p>
distinto do poder
dessa classe. A existência de idéias revolucionárias nu=
ma =
p>
época
determinada pressupõe já a existência de urna classe re=
volucionária;
dissemos anterio=
rmente
tudo o que era necessário referir acerca das condições prévias de uma tal
situação. Admitamos que, na
maneira de conceber a marcha da história, se destacam =
p>
as idéias=
da
classe dominante dessa mesma classe dominante e que se consideram aquel=
as
como uma entidade. Suponhamos que só nos interessa o =
p>
fato de determin=
adas
idéias dominarem numa certa época, sem nos =
p>
preocuparmos com=
as
condições de produção nem com os produtores des=
sas =
p>
idéias,
abstraindo portanto dos indivíduos e das circunstâncias mundia=
is
que possam estar na =
base
dessas idéias. Poder-se-á então dizer, por exemplo, qu=
e =
p>
no tempo em que
reinava a aristocracia, estava-se em pleno reinado dos conceitos de hon=
ra, de
fidelidade, etc., e que no tempo em que reinava a burguesia existi=
a o
reinado dos conceitos de liberdade, de igualdade, etc.(61)
<=
/p>
É o que p=
ensa a
própria classe dominante. Esta concepção da
história, comum a todos os
historiadores, principalmente a partir do século XVIII, =
p>
chocará c=
om o
fato de os pensamentos reinantes serem cada vez mais abstratos, adqui=
rindo
cada vez mais uma forma universal. Com efeito, cada nova classe no p=
oder
é obrigada, quanto mais não seja para atingir os seus =
p>
fins, a represen=
tar o
seu interesse como sendo o interesse comum a todos os membros da socie=
dade
ou, exprimindo a coisa no plano das idéias, a dar aos =
p>
seus pensamentos=
a
forma da universalidade, a representá-los como sendo os =
p>
únicos
razoáveis, os únicos verdadeiramente válidos. Do simpl=
es
fato de ela se defrontar com=
uma
outra classe, a classe revolucionária surge-nos primeiramente
não como classe mas como representante da sociedade =
p>
inteira, como to=
da a
massa da sociedade em choque com a única classe dominante. Isto
é possível porque, no início, o seu interesse est&aacu=
te;
ainda intimamente liga=
do ao
interesse comum de todas as outras classes não dominantes e por=
que,
sob a pressão do estado de coisas anteriores, este =
p>
interesse alinda
não se pôde desenvolver como interesse particular de uma =
p>
classe particula=
r. Por
este fato, a vitória dessa classe é útil a muitos =
p>
indivíduo=
s das
outras classes que não conseguem chegar ao poder; mas é =
p>
unicamente na me=
dida
em que coloca o s indivíduos em estado de poderem =
p>
chegar à =
classe
dominante. Quando a burguesia francesa derrubou o domínio =
p>
da aristocracia,
permitiu a muitos proletários subir acima do proletariado, =
p>
mas permitiu-o a=
penas
no sentido de que fez deles burgueses. Cada nova classe apenas
estabelece portanto o seu domínio numa base mais vasta do =
p>
que a classe que=
dominava
anteriormente; por outro lado, a oposição entre a =
p>
nova classe domi=
nante
e as que não dominam torna-se ainda mais profunda e =
p>
atual. Daqui se
depreende que o combate que é necessário travar contra a =
p>
nova classe diri=
gente
terá por fim negar as condições sociais anteriores de =
=
p>
uma forma mais
decisiva e mais radical do que aquela que fora empregue por todas as cla=
sses
que antes detiveram o poder. Toda a ilusão que consiste =
p>
em pensar que o
domínio de uma classe determinada é apenas o domínio d=
e =
p>
certas idé=
;ias,
cessa naturalmente desde que o domínio de uma classe deixa =
p>
de ser a forma do
regime social, isto é, quando deixa de ser necessário =
p>
representar um
interesse particular como sendo o interesse geral ou de representar o «Universal» como dominante=
. (62) Depois de separa=
r as
idéias dominantes dos indivíduos que exercem o poder =
p>
e sobretudo das
relações que decorrem de um dado- estádio do modo de <=
span
style=3D'color:black;display:none;mso-hide:all'> produç&at=
ilde;o,
é fácil concluir que são sempre as idéias que
dominam na história, podendo-se
então abstrair, destas diferentes idéias, a
«Idéia», ou seja, a idéia por excelê=
ncia,
etc., fazendo dela o elemento que domina na história e =
p>
concebendo
então todas as idéias e conceitos isolados como =
p>
«autodeter=
minações»
do conceito que se desenvolve ao longo da história. Em seguida, &eac=
ute;
igualmente natural fazer derivar todas as relações humanas do=
=
p>
conceito de home=
m, do
homem representado, da essência do homem, numa palavra, de o Ho=
mem.
É o que faz a filosofia especulativa. O próprio Hegel =
p>
afirma, no fim da
Filosofia da história, que «apenas examina o =
p>
desenvolvimento =
do
Conceito» e que expôs na sua história a «verdadeir=
a =
p>
teodiceia»
(pág. 446). Podemos agora regressar aos produtores «do =
p>
Conceito»,=
aos
teóricos, ideólogos e filósofos, para chegar à
conclusão de que os
filósofos enquanto tais sempre dominaram na história ou seja,=
a
um =
resultado a que o
próprio Hegel já tinha chegado, como acabamos de ver. Com efeito, a
façanha que consiste em demonstrar que o Espírito é =
p>
soberano- na
história (o que Stirner chama hierarquia) reduz-se aos três =
p>
esforços
seguintes: 1.0 É necessário separar as idéias daqueles
que, por razões
empíricas, dominam enquanto indivíduos materiais e em
condições empíricas,
desses próprios homens, e reconhecer em seguida que são as =
p>
ilusões o=
u as
idéias que dominam a história. É necessário ord=
enar
esse domínio d=
as
idéias, estabelecer uma relação mística entre as
sucessivas idéias
dominantes, e isto consegue-se concebendo-as como «autodeter=
minações
do conceito». (O fato de estes pensamentos estarem =
p>
realmente ligados
entre si através da sua base empírica torna a coisa =
p>
possível;=
por
outro lado, compreendidos como pensamentos puros e simples, =
p>
tornam-se
diferenciações de si, distinções produzidas pelo
próprio pensamento). Para
desenvencilhar do seu aspecto místico este «conceito que =
p>
se determina a si
mesmo», ele é transformado em pessoa- «a Consciênc=
ia
de =
si» - ou, =
para
parecer materialista, é considerado como uma série de pessoas=
=
p>
que representam
«o Conceito» na história, a saber «OS pensadores&r=
aquo;,
os =
«fil&oacut=
e;sofos»
e os ideólogos que são considerados, por sua vez, como os =
p>
fabricantes da
história, como «o- comitê dos guardiões», c=
omo
os =
dominadores.
Eliminam-se simultaneamente todos os elementos materialistas da
história e pode-se tranqüilamente dar rédea solta ao pen=
dor =
p>
especulativo. Este méto=
do do
fazer história que era empregue sobretudo na Alemanha =
p>
deve ser explica=
do a
partir do contexto: a ilusão dos ideólogos em geral que, =
p>
por exemplo,
está relacionada com as ilusões dos juristas, dos polí=
ticos
(e =
dos homens de Es=
tado).
É então necessário considerar os sonhos dogmáti=
cos =
p>
e as idéi=
as
extravagantes desses sujeitos como uma ilusão que se explica =
p>
muito simplesmen=
te
pela sua posição prática na vida, a sua profissã=
;o-
e a divisão do trabalho. Na vida corrente,
qualquer shopkeeper (63) sabe muito bem f=
azer a
distinção entre aquilo que=
cada
um pretende ser e aquilo que é realmente; mas a nossa =
p>
história =
ainda
não conseguiu chegar a esse conhecimento vulgar. Relativamente a =
cada
época, a historiografia acredita plenamente naquilo =
p>
que a épo=
ca em
questão diz de si mesma e nas ilusões que tem sobre si =
p>
mesma. [4] ...foi encontrad=
o (64) Do primeiro ponto resulta a necessidade de=
uma =
p>
divisão do
trabalho aperfeiçoada e de uni comércio vasto como condi&cced=
il;ões
prévias,
resultando o caráter local do segundo ponto. No primeiro- caso, =
p>
deve-se associar=
os
indivíduos; no segundo, estes encontram-se ao mesmo =
p>
nível de
qualquer instrumento de produção, são eles mesmos
instrumentos de
produção. Surge aqui portanto a diferença entre os
instrumentos de produç&at=
ilde;o
naturais e os instrumentos de produção criados pela
civilização. O campo cultivado =
(a
água, etc.) pode ser considerado- como um instrumento =
p>
de
produção natural. No primeiro caso, o do instrumento de produ=
ção
natural, os
indivíduos estão subordinados à natureza; no segundo,
estão subordinados a um
produto do trabalho. No primeiro caso, a propriedade, trata-se aqui da
propriedade fundiária, aparece portanto também como um =
p>
domínio
imediato e natural; no segundo, esta propriedade surge como =
p>
domínio do
trabalho e mais ainda do trabalho acumulado, do capital. O =
p>
primeiro caso
pressupõe que os indivíduos estão unidos por algo, quer
seja a família, a
tribo, até o próprio solo, etc. O segundo pressupõe que
eles são independentes un=
s dos
outros e só se mantêm unidos devido às trocas. No =
p>
primeiro caso, a=
troca
é essencialmente uma troca entre os homens e a natureza, uma tr=
oca em
que o trabalho do uns é trocado pelo produto do outro; no segund=
o,
trata-se predominantemente de uma troca entre os próprios
homens. No primeiro caso, basta ao homem uma inteligência médi=
a =
p>
e a atividade co=
rporal
e intelectual não estão ainda separadas: no segundo, a =
p>
divisão e=
ntre o
trabalho corporal e o trabalho intelectual já está praticamen=
te =
p>
efetuada. No pri=
meiro
caso, o domínio do proprietário sobre os nãopossuidore=
s =
p>
pode repousar em
relações pessoais, numa espécie de comunidade; no
segundo, deverá ter tomado uma forma material, encarnarse =
p>
num terceiro ter=
mo, .)
dinheiro. No primeiro caso, existe a pequena indústria=
, mas
subordinada à utilização do instrumento de
produção natural e, portanto, sem
repartição do trabalho- entre os diferentes indivíduos=
; no
segundo, a
indústria só existe na divisão do trabalho e
através dela. =
p>
Até agora
partimos dos instrumentos de produção, e mesmo nestas =
p>
condiç&ot=
ilde;es
a necessidade da propriedade privada para certos estádios =
p>
industriais era
já evidente. Na industrie extractive (65)=
,
a propriedade privada coincide=
ainda
plenamente com o trabalho; na pequena indústria e =
p>
em toda a agricu=
ltura
a propriedade é. até agora, a conseqüência
necessária dos instrumentos
existentes; na- grande indústria, a contradição entre =
o =
p>
instrumento de
produção e a propriedade privada é tão- somente=
um
seu produto, e ela
necessita de se encontrar muito desenvolvida para o poder =
p>
criar. A
abolição da propriedade privada só é portanto
possível com a grande indústria. * * * A maior divis&at=
ilde;o
entre o trabalho material e o intelectual é a traduzida pela =
p>
separaç&a=
tilde;o
da cidade e do campo. A oposição entre a cidade e o campo sur=
ge =
p>
com a passagem da
barbárie à civilização, da
organização tribal ao Estado, do provincialismo
à nação, e persiste através de toda a
história da civilização até aos n=
ossos
dias (Liga contra a lei sobre os cereais). A existência da =
p>
cidade implica
imediatamente a necessidade da administração, da políc=
ia, =
p>
dos impostos, et=
c.,
numa palavra, a necessidade da organização comunitária=
, =
p>
partindo da
política em geral. É aí que aparece em primeiro lugar a
divisão da
população em duas grandes classes, divisão essa que
repousa diretamente na divisã=
o do
trabalho e nos instrumentos de produção. A cidade é o =
=
p>
resultado cia
concentração da população, dos instrumentos de
produção, do capital, dos pra=
zeres e
das necessidades, ao passo que o campo põe em evidência =
o fato
oposto, o- isolamento- e a dispersão. A oposição entre=
a =
p>
cidade e o campo
só pode existir no quadro da propriedade privada; é a mais =
p>
flagrante
expressão da subordinação do indivíduo à
divisão do trabalho, da subordinaç=
;ão
a uma atividade determinada que lhe é imposta. Esta =
p>
subordinaç=
;ão
faz de um habitante um animal da cidade ou um animal do campo, tão
limitados um como o outro, e faz renascer todos os dias a =
p>
oposiç&at=
ilde;o
entre os interesses das duas partes. O trabalho é anui ainda o mais =
=
p>
importante, o po=
der
sobre os indivíduos, e enquanto este poder existir haverá =
p>
sempre uma propriedade privada. A
abolição desta oposição entre a cidade e o campo
é uma das primeiras condiç&ot=
ilde;es
de uma existência verdadeiramente comunitária; essa
condição depende por sua =
vez de
um conjunto de condições materiais prévias que n&atild=
e;o =
p>
é
possível realizar por um mero ato de vontade, como se pode verificar
à primeira vista
(é necessário que essas condições já est=
ejam
desenvolvidas). =
p>
Pode-se ainda
considerar a separação entre a cidade e o campo como sendo a =
=
p>
separaç&a=
tilde;o
entre o capital e a propriedade fundiária, como o início de u=
ma =
p>
existência=
e de
um desenvolvimento do capital independentes da propriedade =
p>
fundiária=
, como
o começo de uma propriedade tendo por única base o =
p>
trabalho e as trocas. Nas cidades que
não foram construídas antes da Idade Média e se formar=
am, =
p>
portanto, nesta
época, povoando-se de servos libertos, o trabalho particular =
p>
de cada um era a=
sua
única propriedade, para além do pequeno capital que =
p>
lhes pertencia e=
que
era quase exclusivamente constituído pelos instrumentos =
p>
mais
indispensáveis. A concorrência dos servos fugitivos que-
não cessavam de afluir &agrav=
e;s
cidades a guerra incessante do campo contra as cidades e, =
p>
portanto, a
necessidade de unia força militar urbana organizada, a
relação entre posso-as
constituída pela propriedade em comum de um dado trabalho, =
p>
a necessidade de
edifícios comuns para a venda das mercadorias num tempo =
p>
em que os artes&=
atilde;os
eram também comerciantes e a exclusão de tais edifício=
s =
p>
de pessoais n&at=
ilde;o
qualificadas, a oposição dos interesses das diferentes =
p>
profissõe=
s, a
necessidade de proteger um trabalho aprendido com esforço e a =
p>
organizaç=
ão
feudal de todo o país foram a causa de os trabalhadores se =
p>
unirem
modificaç= ões do sistema das corporações introduzidas pelos = p>
desenvolvimentos históricos ulteriores. O êxodo dos servos para as cidades = p>
prosseguiu sem q= ualquer interrupção durante toda a idade média. Estes = p>
servos, persegui=
dos no
campo pelos seus senhores, chegavam às cidades
onde encontravam=
uma
comunidade organizada contra a qual eram
impotentes e no interior da qual lhes era necessário aceitar a situaçã= o que
lhes atribu&iacu= te;am o que era conseqüência da necessidade que havia do seu = p>
trabalho e do interesse dos seus concorrentes organizados da cidade. Estes = p>
trabalhadores, chegando à cidade isolados, nunca conseguiram constituir = p>
uma força=
, pois
ou o seu trabalho era da competência de uma dada
corporaç&= atilde;o o devia ser aprendido, o então os mestres dessa corporaç&atil= de;o
submetiam-nos às suas leis o organizavam-nos de acordo com os seus = p>
interesses, ou o= seu trabalho não exigia qualquer aprendizagem, não era da = p>
competênci= a de qualquer corporação, era um trabalho do jornaleiros e, neste = = p>
caso, nunca cheg= avam a constituir uma organização mantendo-se como uma = p>
plebe inorganiza= da. A necessidade do trabalho à jornada nas cidades criou a = p>
plebe.
Estas cidades fo= rmavam verdadeiras «associações» provocadas pelas = p>
necessidades imediatas, pelas preocupações de proteção da propriedade, e
estavam a multip= licar os meios de produção e os meios de defesa dos seus = p>
membros individualmente considerados. A plebe destas cidades, compondose = p>
de indiví= duos desconhecidos uns dos outros e que chegavam à cidade = p>
separadamente, não tinha qualquer organização que lhe permitisse enfrentar
um poder j&aacut=
e;
organizado, equipado para a guerra e que os vigiava
invejosamente; e=
isto
explica que ela fosse privada de qualquer poder. Os
companheiros e aprendizes estavam organizados em cada profissão da forma = p>
que melhor servi=
a os
interesses dos mestres (66), as
relações patriarcais que
existiam entre e=
las e
os mestres conferiam a estes últimos um poder duplo.
Por um lado, tin= ham uma influência direta sobre toda a vida dos oficiais; por = p>
outro lado, pelo= fato de estas relações representarem uma verdadeira ligação
entre os companh=
eiros
que trabalhavam para um mesmo mestre, estes
constituí= am um bloco frente aos companheiros ligados a outros mestres, o = p>
que os separava;= e em último lugar, os companheiros já estavam ligados ao = p>
regime existente=
pelo-
simples fato de terem interesse em chegar a mestres.
Por conseqüência, enquanto a plebe se lançava, pelo menos de = vez em =
quando, em motins
contra toda a ordem municipal, motins esses que, dada a
sua impotê=
ncia
eram perfeitamente inoperantes, os oficiais nunca
ultrapassaram pe= quenas rebeliões no interior de corporações isoladas, como = p>
existem ali&aacu= te;s em qualquer regime corporativo. As grandes sublevações :da = p>
idade méd= ia partiram todas do campo, e todas elas falharam devido à = p>
dispersão=
dos
camponeses e à incultura que era a sua conseqüência.
Nas cidades, o c=
apital
era um capital natural que consistia em alojamento,
instrumentos e u=
ma
clientela natural hereditária, e transmitia-se
necessariamente = de pais ‘para filhos dado o estado ainda embrionário das = p>
trocas e a falta=
de
circulação que. impossibilitava a realização de=
sse
capital.
Contrariamente ao capital moderno, o dessa época não podia ser avaliado em = p>
dinheiro e n&ati=
lde;o
era indiferente que ele fosse aplicado neste ou naquele
investimento:
tratava-se de um capital ligado diretamente ao trabalho
determinado do s= eu possuidor, inseparável deste trabalho, ou seja, de um = p>
capital ligado a um estado.
Nas cidades, a divisão do trabalho efetuava-se ainda de uma forma = p>
perfeitamente espontânea entre as diferentes corporações mas nã= ;o existia
entre os operários tomados isoladamente no interior das próprias = p>
corporaç&= otilde;es. Cada trabalhador devia estar apto a executar todo um ciclo de = p>
trabalhos; devia=
poder
fazer tudo o que podia ser feito com os seus
instrumentos; as trocas restritas, as poucas ligações existentes entre as = p>
diversas cidades= , a raridade da população e o tipo de necessidade não = p>
favoreciam uma divisão de trabalho desenvolvida, e é por isso que quem = p>
desejava tornar-= se mestre devia conhecer a sua profissão a fundo. Devido a = p>
isto, encontra-se ainda nos artesãos da Idade Média um interesse pelo seu = p>
trabalho particu= lar e pela habilidade nesse trabalho que podia até elevar-se a = p>
um certo sentido artístico. E é também por isso que cada artesão= da Idade
Média se = dava inteiramente ao seu trabalho; sujeitava-se sentimentalmente a = p>
ele e estavaR= 12;lhe muito mais subordinado do que o trabalhador moderno para = p>
o qual o seu trabalho é perfeitamente
indiferente.
O seqüente desenvolvimento da divisão de trabalho traduziu-se pela = p>
separaç&a= tilde;o entre a produção e o comércio, a formaçã= o de uma classe
particular de comerciantes, separação essa que já era um fato nas cidades
antigas (o caso = dos Judeus, entre outros), e que depressa surgiu nas cidades = p>
de formação recente. Isto implicava a possibilidade de uma ligação
comercial que ultrapassava os arredores mais próximos e a realização desta
possibilidade de= pendia dos meios de comunicação existentes, do estado da = p>
segurança pública no campo, o qual era ainda condicionado pelas relações
políticas (sabe-se que, durante toda a Idade Média, os comerciantes = p>
viajavam em cara=
vanas
armadas); dependia também das necessidades do
território acessível ao comércio, necessidades cujo grau de desenvolvime= nto = p>
era determinado,=
em
cada caso, pelo nível de civilização.
A constituição de uma classe particular que se entregava apenas= ao comércio
e o alargamento = do comércio para além dos arredores imediatos da cidade = p>
graças aos negociantes, fizeram surgir imediatamente uma ação recíproca
entre a produção e o comércio. As cidades entram (67) em relações entre si, = p>
transportam-se d= e urna cidade para outra instrumentos novos e a divisão da = p>
produç&at= ilde;o e do comércio suscita rapidamente uma nova divisão da produção
entre as diferen=
tes
cidades, ficando cada uma a explorar predominantemente
um determinado r= amo da indústria. Os limites anteriores começam pouco a = p>
pouco a desaparecer.
O fato de as forças produtivas adquiridas numa dada localidade, sobretudo = p>
as invenções, se perderem ou não, para o desenvolvimento ulterior, dependia
unicamente da extensão das trocas. Enquanto não existem ainda relações
comerciais para além da vizinhança imediata, é forçoso realizar= a mesma
invenç&at=
ilde;o
em cada localidade, e bastam puros acasos tais como o
aparecimento de =
povos
bárbaros e mesmo as guerras normais para obrigar
um país q= ue tem forças produtivas e necessidades desenvolvidas a partir = p>
novamente do nad= a. No início da história, era necessário criar todos os dias= = p>
cada invenção e fazê-lo em cada localidade de uma forma independente. O
exemplo dos fenícios mostra-nos até que ponto as forças produtivas= = p>
desenvolvidas me= smo com um comércio relativamente pouco vasto, são = p>
susceptív= eis de uma destruição total, pois a maior parte das suas invenções
desapareceram em resultado de a nação ter sido eliminada do comércio e = = p>
conquistada por Alexandre, o que provocou a sua decadência. O mesmo = p>
acontece na Idade
Média com a pintura do vidro, por exemplo. A duração <=
span
style=3D'color:black;display:none;mso-hide:all'>
das forças produtivas adquiridas só é assegurada quando o comércio adquire
uma extens&atild= e;o mundial que tem por base a grande indústria e quando todas as = p>
naç&otild=
e;es
são arrastadas para a luta da concorrência.
A divisão=
do
trabalho entre as diferentes cidades teve como primeira
conseqü&eci= rc;ncia o nascimento das manufaturas, ramos da produção que = p>
escapavam ao sis=
tema
corporativo. O primeiro surto de manufaturas - na
Itália- e= mais tarde na Flandres - teve como condição histórica prévia o
comércio = com as outras nações. Nos outros países - a Inglaterra e a França,
por exemplo - as manufaturas limitaram-se nos seus começos ao mercado = p>
interno. Al&eacu= te;m das condições prévias já indicadas, as manufatu= ras necessitam
ainda, para se estabelecerem, de uma já elevada concentração da população -
sobretudo nos ca=
mpos -
e de capital que nesse momento se começava a
acumular num peq= ueno número de mãos, cm parte nas corporações apesar= = p>
dos regulamentos
administrativos, e em parte nos comerciantes.
O trabalho que m= ais depressa se mostrou susceptível de desenvolvimento foi = p>
aquele que impli=
cava o
emprego de uma máquina, por muito rudimentar que
ela fosse. A tecelagem, que os camponeses efetuavam até então nos campos, = = p>
à margem = do seu trabalho, para arranjarem o vestuário de que necessitavam, = p>
foi o primeiro
trabalho que recebeu um impulso e teve um maior
desenvolvimento graças à extensão das relações comerciai= s. A tecelagem foi
a primeira e, du=
rante
muito tempo, a principal atividade manufatureira. A
procura de fazen=
das
para confeccionar o vestuário, que aumentava
proporcionalment= e ao acréscimo da população, o início da acumulação e da
mobilizaç= ão do capital primitivo graças a uma circulação acelerada= , a = p>
necessidade de l= uxo que daí resultou e que favorecem sobretudo a extensão = p>
progressiva do comércio, deram à tecelagem tanto no que respeita à = p>
quantidade como à qualidade, um impulso que arrancou à forma de = p>
produç&at= ilde;o anterior. Ao lado dos camponeses que teciam para satisfazer as = p>
suas necessidades pessoais, que aliás continuaram a subsistir e alinda hoje se = p>
encontram, nasce=
u nas
cidades uma nova classe de tecelões cujos panos
eram destinados =
a todo
o mercado- interno e, muitas vezes, aos mercados
externos.
A tecelagem, tra=
balho
que exige pouca habilidade na maior parte dos casos e
que se subdivide
depressa numa infinidade de ramos, era naturalmente
refratária às cadeias da corporação. Devido a isto, foi sobretudo praticada
nas aldeias e nos povoados sem organização corporativa que se = p>
transformaram po=
uco a
pouco em cidades, e até nas cidades mais
florescentes de cada país.
Com o aparecimen= to da manufatura libertada da corporação, as relações= de = p>
propriedade transformaram-se também imediatamente. O primeiro passo em = p>
frente para ultrapassar o capital- primitivo ligado a um estado foi marcado = p>
pelo apareciment= o dos comerciantes que possuíam um capital móvel = p>
portanto um capi= tal no sentido moderno do termo, tanto quanto era possível = p>
nas condiç=
;ões
de vida do tempo. O segundo progresso foi marcado pela
manufatura que
mobilizou por sua vez uma grande massa do capital
primitivo e aume=
ntou
de um modo geral a massa do capital móvel
relativamente ao capital primitivo.
A manufatura tor=
nou-se
simultaneamente um recurso para os camponeses
contra as corporações que os excluíam ou lhes pagavam bastante m= al, do =
mesmo modo que o= utrora essas mesmas corporações lhes tinham servido de = p>
refúgio contra os proprietários de ter=
ras.
O início = da laboração manufatureira foi marcado simultaneamente por um = p>
período de
vagabundagem causado pelo desaparecimento das comitivas
armadas dos senh= ores feudais e pelo licenciamento dos exércitos que os reis = p>
tinham utilizado contra os seus vassalos, pelos progressos da agricultura e a = p>
transforma&ccedi=
l;ão
de terras de trabalho
vagabundagem est= ava intimamente ligada à decomposição do feudalismo. A = p>
partir do s&eacu= te;c. XIII encontramos alguns períodos esporádicos em que este = p>
fenômeno se verificava, mas só nos finais do século. XV e princípi= os do =
século XVI
poderemos encontrar uma vagabundagem permanente e
generalizada. Os vagabundos eram em tal numero que o rei Henrique VIII de = p>
Inglaterra. entre outros. mandou enforcar 72 000 e mesmo assim só uma = p>
miséria e= xtrema os levou a trabalhar, depois de enormes dificuldades e de = p>
uma longa resistência. A rápida prosperidade das manufaturas, sobretudo = na = p>
Inglaterra. absorveu-os progressivamente.
Com o advento da manufatura, as diferentes nações entraram em = p>
concorrênc= ia numa luta comercial que se efetuou através de guerras, de = p>
direitos alfandegários e de proibições, enquanto anteriormente só existiam
trocas inofensiv= as entre as nações. O comércio passa a ter um significado= = p>
político.
A manufatura con= duziu simultaneamente a uma modificação das relações = = p>
entre trabalhado= r e empregador. Nas corporações, as relações patriarcais
entre os oficiai= s e o mestre subsistiam; na manufatura, foram substituídas = p>
por relações monetárias entre o trabalhador e o capitalist= a, as quais, nos
campos e nas peq= uenas cidades, ainda mantinham traços de patriarcalisrno, = p>
mas que os perde=
ram
quase totalmente nas cidades, sobretudo nas
manufatureiras de uma certa importância.
A manufatura e o movimento da produção sofreram um impulso prodigioso = p>
devido à expansão do comércio que conduziu à descoberta da América e do
caminho marítimo para a Índia. Os novos produtos importados das Índias, e
principalmente o= ouro e a prata que entraram em circulação, transformaram = p>
inteiramente a s= ituação recíproca das classes sociais e desferiram um rude = p>
golpe na proprie= dade fundiária feudal e nos trabalhadores; as expedições do= s = p>
aventureiros, a colonização, e acima de tudo o fato de os mercados = p>
adquirirem a amp= litude de mercados mundiais, o que se torna agora possível = p>
e cada dia toma maiores proporções, provocaram uma nova fase do = p>
desenvolvimento histórico; mas não vemos por ora necessidade de nos deter = p>
aqui. A colonização dos países recém-descobertos fornec= e um alimento novo
à luta comercial a que as nações se entregavam e, consequentemente, = esta
luta adquiriu uma
extensão e um encarniçamento ainda maiores.
A expansã= o do comércio e da manufatura aceleraram a acumulação do = p>
capital mó= ;vel, ao passo que, nas corporações que não recebiam estímulo
para aumentar a = sua produção, o capital primitivo permanecia estável ou até
diminuía.= O comércio e a manufatura criaram a grande burguesia; nas = p>
corporaç&= otilde;es, verificou-se uma concentração da pequena burguesia que = p>
deixou de abunda=
r nas
cidades como anteriormente, para se submeter ao
domínio d=
os
grandes comerciantes e dos manufacturiers (68) <=
span
style=3D'display:none;mso-hide:all'>
Daqui resultou o declínio das corporações a partir do momento em que = p>
entraram em contato com a manufatura.
As relações comerciais entre as nações revestiram = dois aspectos diferentes
no períod= o a que nos referimos. De início, a fraca quantidade de ouro e de = p>
prata em circulação determinou a proibição de exportar e= sses metais; a
necessidade de o= cupar a crescente população das cidades tornou necessária a = = p>
indústria, normalmente importada do estrangeiro, e essa indústria não po= dia = p>
dispensar os privilégios que eram concedidos não somente contra a = p>
concorrênc= ia interna, mas sobretudo contra a concorrência externa. Nestas = p>
primeiras disposições, incluiu-se o alargamento do privilégio corporativo
local a toda a nação. Os direitos alfandegários têm a sua origem nos direitos
que os senhores
feudais impunham aos mercadores que atravessavam o seu
territóri= o a titulo de resgate da pilhagem: estes direitos foram mais tarde = p>
impostos pelas c=
idades
e, com o aparecimento dos Estados modernos,
constituí=
ram a
forma mais fácil de permitir ao- fisco armazenar dinheiro.
Estas medidas revestiam-se de um novo significado com o aparecimento do = p>
ouro e da prata
americanos nos mercados europeus, com o progressivo
desenvolvimento = da indústria, o rápido impulso do comércio e as suas = p>
conseqü&eci= rc;ncias, a prosperidade da burguesia fora das corporações e a = p>
importância crescente do dinheiro. O Estado, para o qual se tornava dia a dia = p>
mais difí= cil dispensar o dinheiro, manteve a interdição de exportar ouro e= = p>
prata, unicament= e por considerações fiscais; os burgueses, cujo objetivo = p>
principal era ag= ora o de açambarcar a grande massa de dinheiro novamente = p>
lançada no mercado, encontravam-se plenamente satisfeitos; os privilégios = p>
existentes torna=
ram-se
uma fonte de receitas para o governo e foram
vendidos a troco= de dinheiro; na legislação das alfândegas apareceram os = p>
direitos à exportação que, pondo um obstáculo no caminho da indústria,
tinham um fim puramente fiscal. O segundo período iniciou-se em meados = p>
do século= XVII e durou quase até ao fim do século XVIII. O comércio e= a = p>
navegaç&a= tilde;o tinham-se desenvolvido mais rapidamente do que a manufatura, = p>
que desempenhava= um papel secundário; as colônias transformaram-se = p>
gradualmente em grandes consumidores; à custa de longos combates, as = p>
diferentes nações partilharam entre si o mercado mundial’ que se abria. Este
período
começa com as leis sobre a navegação (69) e os monopólios
coloniais. Evito= u-se, tanto quanto possível, por meio de tarifas, proibições= e = p>
tratados, que as diversas nações pudessem fazer concorrência umas &agrav= e;s = p>
outras; e, em ul= tima instância, foram as guerras, e sobretudo as guerras = p>
marítimas= , que serviram para conduzir a luta da concorrência e decidir do = p>
seu resultado. A nação mais poderosa no mar, a Inglaterra, conservou a = p>
primazia no comércio e na manufatura. Já aqui se verificava uma = p>
concentração num único pa&iacut=
e;s.
A manufatura obt= inha garantias constantes no mercado nacional através de = p>
direitos proteto= res. da concessão de monopólios no mercado colonial, e, para = p>
o exterior, medi=
ante
alfândegas diferenciais. Favorecia-se a transformação <=
span
style=3D'color:black;display:none;mso-hide:all'>
da matéria bruta produzida no próprio pais (lã e linho em Inglaterra, se= da em =
França); = interditou-se a exportação da matéria-prima produzida no local (lã
rim Inglaterra) e negligenciou-se ou dificultou-se a da matéria importada = p>
(algodão = em Inglaterra). A nação que possuía a supremacia no comércio
marítimo = e o poder colonial assegurou também naturalmente a maior = p>
extensão quantitativa e qualitativa da manufatura. A manufatura não podia = p>
de forma alguma dispensar proteção, na medida em que a menor alteração
verificada noutr= os países a podia levar à perda do seu mercado e, = p>
consequentemente à ruína; pois se é fácil introduzi-la num país em
condiç&ot= ilde;es um pouco favoráveis é igualmente fácil destruí-= la. Por outro lado,
pela forma como =
era
praticada no campo, sobretudo no século XVIII, a
manufatura encon= tra-se tão intimamente ligada às condições de vida de = uma = p>
grande massa de indivíduos que nenhum país pode arriscar-se a pôr a sua= = p>
existência= em jogo pela introdução da livre concorrência nesse campo.= Na = p>
medida em que at= inge a exportação, passa por isso a depender inteiramente = p>
da extensã= ;o ou da limitação do comércio e exerce sobre ele uma cação
recíproca=
muito
fraca. Dai, a sua importância secundária... (70) e a
influência= dos comerciantes no século XVIII. Foram os comerciantes, e = p>
muito particular=
mente
os armadores, que, mais do que quaisquer outros,
insistiram na proteção do Estado e nos monopólios; é certo qu= e os
manufatureiros p= ediram e obtiveram também esta proteção, mas cederam = p>
sempre o passo a= os comerciantes no que se refere à importância política. A= s = p>
cidades comercia= is, e os portos em particular, alcançaram um relativo grau = p>
de civilização e tornaram-se cidades da grande burguesia enquanto nas
cidades industri= ais subsistiu mais o espírito pequeno-burguês. Cf. Aikin (71)
por exemplo. O século XVIII foi o século do comércio. Pinto (72)
di-lo expressame= nte «Le commerce faia !a marotte du siècle» (73)
e: “depuis quelque temps il n’est plus question que de commerce, de = p>
navigation et de marine” (74)
O movimento do
capital, se bem que notavelmente acelerado, manifestava
relativamente ao=
comércio
uma maior lentidão, a divisão do mercado
mundial em frações isoladas, em que cada uma era explorada por uma nação
particular, a eliminação da concorrência entre nações, a inépcia da própria
produç&at= ilde;o e o sistema financeiro que mal ultrapassara o primeiro estádio do = p>
seu desenvolvime= nto, entravavam consideravelmente a circulação. Daqui = p>
adveio um espírito mercador de uma mesquinhez sórdida que maculava = p>
todos os comerci=
antes
e todo o modo de exploração comercial. Em
comparaç&= atilde;o com os manufatureiros e mais ainda com os artesãos, eram a = p>
bem dizer grandes
burgueses: comparados aos comerciantes e industriais do
período seguinte, permanecem pequeno-burgueses. Cf. Adam Smith (75) <= /p>
Este perí= odo é igualmente caracterizado pelo levantamento da interdiç&atil= de;o de =
exportar o oure = e a prata, pelo nascimento do comércio do dinheiro, dos = p>
bancos, das dívidas de Estado, do papel-moeda, das especulações so= bre os =
fundos e as ações, da agiotagem sobre todos os artigos, do desenvolviment= o = p>
do sistema
monetário
parte do
caráter natural que lhe era ainda inerente.
A
concentração do comércio e da indústria num
único país, a Inglaterra, tal
como se desenvol= veu sem interrupção no século XVII, criou = p>
progressivamente= para esse país um mercado mundial razoável e suscitou = p>
por isso uma pro= cura dos produtos ingleses manufaturados que as forçais = p>
produtiva. indus= triais anteriores já não podiam satisfazer. Esta procura que = p>
ultrapassava as forças produtivas foi a força motriz que suscitou o terceiro = = p>
período da propriedade privada desde a Idade Média, criando a grande = p>
industria a utilização das forças naturais para fins industriais, o maquinismo
e a divisã= ;o do trabalho mais intensiva. As outras condições desta nova fase,= = p>
tais como a libe= rdade de concorrência dentro da nação, o aperfeiçoamen= to da =
mecânica teórica, etc., já existiam em Inglaterra (a mecânica, aperfeiçoada
por Newton, era aliás a ciência mais popular em França e em Inglaterra = no = p>
século XV= III). (Quanto à livre concorrência dentro da própria nação, foi
necessári= a uma revolução em toda a parte para a conseguir - em 1640 e em = p>
1688 em Inglater=
ra, em
1789 em França.) A concorrência obrigou
rapidamente todo= s os países que pretendiam conservar o seu papel histórica = p>
a proteger as su= as manufaturas através de novas medidas alfandegárias (pois = p>
as antigas j&aac= ute; não prestavam qualquer auxilio contra a grande indústria) e a= = p>
introduzir pouco
depois a grande indústria acompanhada de tarifas
protetoras. Apes= ar destas medidas de proteção, a grande indústria tornou = a = p>
concorrênc= ia universal (ela representa a liberdade comercial prática, e as = p>
alfândegas protetoras são para ela apenas um paliativo, uma arma defensiva = p>
no interior da liberdade do comércio), estabeleceu os meios de comunicaç&ati= lde;o
e o mercado mund= ial moderno (76), colocou o comércio s= ob o seu domínio,
transformou todo= o capital em capital industrial e deu assim origem à = p>
circulaç&= atilde;o (aperfeiçoamento do sistema monetário) e à rápi= da centralização
dos capitais. Através da concorrência universal, constrangeu todos os = p>
indivíduo= s a uma tensão máxima da sua energia. Aniquilou o mais possível a
ideologia, a religião, a moral, etc., e sempre que isso não lhe era possível,
transformou-as em flagrantes mentiras. Foi ela que criou verdadeiramente a = p>
história mundial na medida em que fez depender do mundo inteiro cada = p>
naç&atild= e;o civilizada e, para satisfação das suas necessidades, cada indivíduo
dessa
nação, destruindo o caráter exclusivo das diversas
nações que era até
então nat= ural. Subordinou a ciência da natureza ao capital e retirou à divisão
do trabalho a sua última aparência de fenômeno natural. Destruiu, na medid= a = p>
do possív= el, todos os elementos naturais no interior do trabalho e conseguiu = p>
dissolver todas = as relações naturais para as transformar em relaçõ= es = p>
monetária=
s. Em
vez de cidades nascidas naturalmente, criou as grandes
cidades industri=
ais
modernas que se desenvolveram como se se tratasse de
cogumelos. Onde = quer que penetrasse destruía o artesanato e, de uma forma = p>
geral, todos os anteriores estádios da indústria. Completou a vitória = da = p>
cidade sobre o c= ampo. [A sua condição primordial (77)] é o sistema
automátic= o, O seu desenvolvimento criou um conjunto de forças produtivas = p>
para as quais a propriedade privada se transformou tanto num obstáculo = p>
como a corporação o tinha sido para a manufatura, e assim como a peq= uena
exploraç&=
atilde;o
rural o fora igualmente para o artesanato em vias de
desenvolvimento.=
Estas
forças produtivas que, na propriedade privada,
conheciam um desenvolvimento exclusivamente unilateral, acabaram por se = p>
transformar, na maioria dos casos, em forças destrutivas, ao ponto de grande = p>
parte delas n&at= ilde;o encontrar a mínima possibilidade de utilização sob o s= eu = p>
regime. Criou po= r todo o lado as mesmas relações entre as classes da = p>
sociedade, destr=
uindo
por isso o caráter particu1ar das diferentes
nacionalidades. E finalmente, enquanto a burguesia de cada nação conserva = p>
ainda interesses nacionais particulares, a grande burguesia surge com uma = p>
classe cujos interesses são os mesmos em todas as nações e para a q= ual a <= /span>
nacionalidade de= ixa de existir; esta classe desembaraça-se verdadeiramente = p>
do mundo antigo e entra simultaneamente em oposição com ele. Não s&atild= e;o = p>
apenas as relações com o capitalismo que ela torna insuportáveis para o
operário, mas também o próprio
trabalho.
É evident= e que a grande indústria não atinge o mesmo grau de = p>
aperfeiço= amento em todas as aglomerações de um mesmo país. Mas este = p>
fato não = trava o movimento de classe do proletariado, na medida em que os = p>
proletári= os engendrados pela grande indústria se colocam à cabeça desse
movimento e arra=
stam
consigo as massas, até porque os trabalhadores
excluídos= da grande indústria se encontram colocados numa situação ainda
pior do que a dos próprios trabalhadores da grande indústria. Os países = onde
se desenvolveu u= ma grande indústria atuam de igual modo sobre os países = p>
plus ou moins (78) desprovidos de indústria, devido ao=
fato
de estes últimos
se verem arrasta= dos pelo comércio mundial no decorrer da luta levada a cabo = p>
pela concorrência universal.
Estas diversas f= ormas constituem simultaneamente formas da organização = p>
do trabalho e da propriedade. Verifica-se que. para cada período, e sempre = p>
que as necessida=
des o
tornaram imperioso, se concretizou efetivamente uma
união das forças produtivas existentes=
.
* * *
Esta contradição entre as forças produtivas e a forma de tr= oca que, como
vimos, já= se produziu diversas vezes no decorrer da história até aos nosso= s = p>
dias, sem todavia
comprometer a sua base fundamental, traduziu-se
necessariamente,= cm cada um dos casos, numa revolução, revestindo ao = p>
mesmo tempo dive= rsas formas acessórias tais como todo um sem número de = p>
conflitos, choqu=
es de
diferentes classes, contradições da consciência, luta <=
span
style=3D'color:black;display:none;mso-hide:all'>
ideológic= a, luta política, etc. De um ponto de vista limitado, é possível
destacar uma. de= stas formas acessórias e considerá-la como bases dessas = p>
revoluç&o= tilde;es, coisa tanto mais fácil porquanto OS indivíduos de que partiam= = p>
as revoluções tinham eles próprios ilusões sobre a= sua atividade consoante o
seu grau de cultura e o estádio de
desenvolvimento histórico.
* * *
Logo, e de acord= o com a nossa concepção, todos os conflitos da história têm
a sua origem na
contradição entre as forças produtivas e o modo de tro=
cas.
Não &eacu= te;, aliás, necessário que esta contradição seja lev= ada a um extremo num
determinado país para aí provocar conflitos. A concorrência com países cuja
indústria= se encontra mais desenvolvida, concorrência provocada pela = p>
extensão = do comércio internacional, basta para dar origem a uma = p>
contradiç= ão deste tipo, mesmo nos países onde a indústria está men= os = p>
desenvolvida (por
exemplo, o aparecimento de um proletariado latente na
Alemanha provocado pela concorrência- da
indústria inglesa).
* * *
A ‘concorr= ência isola os indivíduos uns dos outros, não apenas os burgueses, = = p>
mas també= m, e mais ainda, os proletários, se bem que os concentre. É por = p>
este motivo que decorre sempre um longo período antes que estes indivíduos = p>
se possam unir, abstraindo do fato de que - se se pretender que a sua união = p>
não seja puramente local -. esta exige previamente a construção dos me= ios = p>
necessári= os, pela grande indústria, tais como as grandes cidades industriais e = p>
as comunicações rápidas e baratas, razões por que só depois de longas lutas
se torna possível vencer qualquer força organizada com indivídu= os isolados
e vivendo em
condições que recriam quotidianamente este isolamento.
Exigir o contrário equivaleria a exigir que a concorrência não devesse existir
em determinada época histórica ou que os indivíduos inventassem condições
sobre as quais não têm qualquer controle
enquanto indivíduos isolados.
* * *
Construç&= atilde;o das habitações. É evidente que, para os selvagens, é normal cada
família t= er a sua gruta ou a sua choça própria, do mesmo modo que é normal
para os nô=
madas
que cada família possua uma tenda. Esta economia
doméstica separada, torna-se ainda mais indispensável com o = p>
desenvolvimento =
da
propriedade privada. Para os povos agricultores, a
economia doméstica comunitária é tão impossível c= omo o cultivo solo em
comum. A
construção das cidades constituiu de fato um enorme
progresso.
Em todos os períodos anteriores, era no entanto impossível a supress&atil= de;o da =
economia separada inseparável da supressão da propriedade privada, pela = p>
simples raz&atil= de;o de haver carência de condições materiais. O estabelecim= ento
de uma economia doméstica comunitária tem por condições prévias o
desenvolvimento = da maquinaria, da utilização- das forças naturais e de = p>
outras numerosas forças produtivas tais como condutas de água, iluminação
a gás, aquecimento a vapor, etc., supressão da oposição cidade-campo. Sem
a existênc= ia destas condições nem a economia em comum constituiria uma = p>
força pro=
dutiva
nova, pois faltar-lhe-ia uma base material e repousaria
apenas sobre urn= a base teórica, isto é, seria uma simples fantasia conduzindo = p>
apenas a urna ec=
onomia
monacal- o que era possível como o prova o
agrupamento em c= idades e a construção de edifícios comuns para = p>
determinados fins particulares (prisões, casernas, etc.). É evidente que a = p>
supressão= da economia separada é inseparável da abolição. da família. = p>
A frase: «= aquilo que cada um é deve-o ao Estado», que se encontra = p>
freqüenteme=
nte
burguês &e= acute; um exemplar da espécie burguesa, o que pressupõe a existência da
classe dos burgu=
eses
antes dos indivíduos que a constituem.
Na Idade M&eacut= e;dia, os burgueses eram constrangidos a unir-se, em cada cidade, = p>
contra a nobreza= rural para defenderem a pele; a expansão do comércio e o = p>
estabelecimento = das comunicações levaram cada cidade a conhecer outras = p>
cidades que tinh=
am
feito triunfar os mesmos interesses Lutando contra a
mesma oposição (79)
A classe burguesa só muito lentamente se formou a partir das numerosas = p>
burguesias locai= s das diversas cidades. A oposição às relações existentes,
assim como o mod=
o de
trabalho condicionado por esta oposição,
transformaram simultaneamente as condições de vida de cada burguês em= = p>
particular, em condições de vida comuns a todos os burgueses e = p>
independentes de cada indivíduo isolado (80)
Os burgueses cri= aram essas condições na medida em que se separaram da = p>
associaç&=
atilde;o
feudal, e foram criados por elas na medida em que eram
determinados pel= a sua oposição à feudalidade existente. Com o = p>
estabelecimento = das ligações entre as diversas cidades, essas condiç&otild= e;es
comuns transformaram-se cm condições de classe. As mesmas condições, a
mesma oposição, os mesmos interesses, deveriam também, grosso modo,
fazer surgir os =
mesmos
costumes em todo o lado. Mesmo a burguesia só se
desenvolve pouco= a pouco, juntamente com as condições que lhe são = p>
próprias; divide-se por sua vez em diferentes frações, consoante a divisão
cio trabalho, e =
acaba
por absorver no seu seio todas as classes possuidoras
preexistentes (transformando entretanto numa nova classe, o proletariado, a = p>
maioria da classe não possuidora que existia antes dela e uma parte das = p>
classes at&eacut=
e;
aí possuidoras (81)
na medida em que=
toda
a propriedade existente é convertida em capital
comercial ou industrial. Os indivíduos isolados formam uma classe pelo fato = p>
de terem de ence=
tar
uma luta comum contra uma outra classe; quanto ao
resto, acabam po= r ser inimigos na concorrência. Além disso, a classe tornase = p>
por sua vez independente dos indivíduos, de modo que estes últimos = p>
encontram as suas condições de vida previamente estabelecidas e recebem = p>
da sua classe, completamente delineada, a sua posição na vida juntamente = p>
com o seu
desenvolvimento pessoal; estão, pois, subordinados à sua
classe.
Trata-se do mesmo fenômeno antes existente na subordinação dos = p>
indivíduos isolados à divisão do trabalho; e este fenômeno s&oacut= e; pode ser
suprimido se for
suprimida a propriedade privada e o próprio trabalho.
Indicamos muitas= vezes como é que esta subordinação dos indivíduos à sua
classe acaba por constituir simultaneamente a subordinação a todas as = p>
espécies de representações, etc=
.
Se considerarmos=
, do
ponto de vista filosófico, o desenvolvimento dos
indivíduo= s nas (82) condições de existência comum das ordens e das classes
que se sucedem historicamente o nas representações gerais que por isso lhes = = p>
são impos= tas, é de fato possível imaginar facilmente que o Gênero ou = o = p>
Homem se desenvo=
lveram
nesses indivíduos ou que eles. desenvolveram o
Homem: vis&atild=
e;o
imaginária que traz à história sérias afrontas.
É então possível
compreender estas diferentes ordens e classes como especificações da = p>
expressão geral, como subdivisões do Gênero, como fases de = p>
desenvolvimento do Homem.
Esta subordinação dos indivíduos a determinadas classes não pode acabar
enquanto n&atild= e;o existir uma classe que já não tenha necessidade de fazer = p>
prevalecer um interesse de classe particular contra a
classe dominante.
* * *
A
transformação das forças pessoais (relaçõ=
;es)
em forças objetivas, através
da divisã= o do trabalho, não pode ser abolida extirpando do cérebro essa = p>
representa&ccedi= l;ão geral, mas unicamente através de uma nova submissão das = p>
forças objetivas e a abolição da divisão do trabalho por parte dos indivíduos. = p>
Ora isto n&atild= e;o é possível sem a comunidade (83)= span>é somente em comunidade
[com outros que = cada] indivíduo tem os meios necessários para desenvolver = p>
as suas faculdad= es em.todos os sentidos; a liberdade pessoal só é, portanto, = p>
possível = na comunidade. Nos sucedâneos de comunidades que até agora = p>
existiram, no Es= tado, etc., a liberdade pessoal só existia para os indivíduos = p>
que se tinham
desenvolvido nas condições da classe dominante e somente na <=
span
style=3D'color:black;display:none;mso-hide:all'>
medida em que er=
am
indivíduos dessa classe. A comunidade aparente,
anteriormente constituída pelos indivíduos, adquire sempre perante eles uma= = p>
existência independente e, simultaneamente, porque significa a união de uma = p>
classe face a uma outra, representa não apenas uma comunidade ilusória = p>
para a classe dominada, mas também uma nova cadeia. Na comunidade real, = p>
os indiví=
duos
adquirem a sua liberdade simultaneamente com a sua
associaç&=
atilde;o,
graças a esta associação e dentro dela.
Os indiví= duos partiram sempre de si mesmos, não certamente do indivíduo = p>
“puro̶= 1; no sentido dos ideólogos, mas de si mesmos no âmbito das suas = p>
condiç&ot= ilde;es e das suas relações históricas dadas. Mas verifica-se = no decurso
do desenvolvimen= to histórico, e precisamente pela independência que = p>
adquirem as relações sociais, fruto inevitável da divisão do trabalho, que
existe urna
diferença entre a vida de cada indivíduo
na medida em que é pessoal, e a sua vida enquanto subordinada a um = p>
qualquer ramo do trabalho e às condições inerentes a esse ramo (n&atild= e;o se deve
concluir, a part= ir daqui. que o rendeiro ou o capitalista, por exemplo, deixem = p>
de ser pessoas; = mas a sua personalidade é condicionada por relações de = p>
classe muito bem determinadas e esta diferença só se manifesta por oposição
a uma outra clas=
se e
só se lhes apresenta no dia em que caem em
bancarrota). Na =
ordem
(e mais ainda na tribo), este fato encontra-se oculto;
por exemplo, um = nobre continua a ser sempre nobre, um roturier (84) = span>será
sempre um roturi= er, abstraindo das suas outras relações; trata-se de uma = p>
qualidade inseparável da sua individualidade. A diferença entre o indivíduo
pessoal oposto ao indivíduo na sua qualidade de membro de uma classe o a = p>
contingênc= ia das suas condições de existência, só se manifestam c= om a
classe que &eacu= te; um produto da burguesia. Apenas a concorrência e a luta dos = p>
indivíduos
entre si engendra e desenvolve essa contingência enquanto tal.
Por conseguinte,= na representação, os indivíduos são mais livres so= b o = p>
domínio da burguesia do que anteriormente porque as suas condições de = p>
existência=
lhes
são contingentes; na realidade, eles são naturalmente menos <=
span
style=3D'color:black;display:none;mso-hide:all'>
livres porque se
encontram muito mais subordinados a um poder objetivo.
Relativamente &a= grave; ordem, a diferença surge sobretudo na oposição entre a= = p>
burguesia e proletariado. Quando a ordem dos cidadãos das cidades, as = p>
corporaç&= otilde;es, etc., surgiram perante a nobreza da terra, as suas condições = de = p>
existência, propriedade mobiliária e trabalho artesanal, que já tinham = p>
existido de forma latente antes de se terem separado da associação feudal, = p>
apareceram como =
uma
coisa positiva que se fez valer contra a propriedade
fundiária feudal e que, para começar, tomou por sua vez a forma feudal à sua
maneira. Os serv= os fugitivos consideravam sem dúvida o seu estado de = p>
servidão precedente como uma coisa contingente à sua personalidade: = p>
quanto a isto, a= giam simplesmente como o’ faz qualquer classe que se liberta = p>
de uma cadeia e,=
deste
modo, não se libertavam como classe mais
isoladamente.
Além disso, não saíam do domínio da
organização por ordens,
tendo apenas for=
mado
uma nova ordem e conservado o seu modo de
trabalho anterio= r na sua nova situação, realizando este modo de trabalho de = p>
forma a libertá-lo dos laços do passado que já não correspondiam ao estádio
de desenvolvimento que tinham atingido.
Pelo contr&aacut=
e;rio.
as condições de vida próprias dos proletários, o
trabalho e.
portanto. todas = as condições de existência da sociedade atual, = p>
transformaram-se=
para
eles em qualquer coisa de contingente, que os
proletári= os isolados não podem controlar nem tão-pouco qualquer = p>
organizaç= ão social. A contradição entre... (85= ) a personalidade do proletário
em particular e = as condições de vida que lhe são impostas, quer dizer, o = = p>
trabalho, é-lhes perfeitamente perceptível tanto mais que tem sido = p>
sacrificado desd= e a sua mais tenra juventude e não poderá alcançar, dentro= = p>
da sua classe, as
condições que lhe permitiriam passar para outra classe.
N. B: - Nã= ;o esqueçamos que a necessidade de subsistir, em que se = p>
encontravam os s= ervos, e a impossibilidade de exploração em larga escala, = p>
que conduziu &ag= rave; repartição dos loteamentos (86) = span>entre os servos, reduziram
muito depressa as obrigações destes para com o senhor feudal a uma = p>
determinada média de contribuições em espécie e de corveias; isto dava ao
servo a possibil= idade- de acumular bens móveis, favorecia a sua evasão da = p>
propriedade do s=
enhor
e dava-lhe a perspectiva de conseguir ir para a cidade
como cidad&atild= e;o; daí resultou uma hierarquização entre os própri= os servos, de
tal modo que aqu= eles que conseguem evadir-se são já semiburgueses. É = p>
assim evidente q= ue os vilãos conhecedores de um ofício tinham o máximo = p>
de possibilidades de adquirir bens móveis.
Logo, enquanto os
servos fugitivos apenas pretendiam desenvolver
livremente as su= as condições de existência já estabelecidas e fazê-las valer,
mas conseguiam q= uando muito o trabalho livre, os proletários, se pretendem = p>
afirmar-se como pessoas, devem abolir a sua própria condição de existência
anterior, que &e= acute; simultaneamente a de toda a sociedade até aos nossos dias, = p>
isto é, d= evem abolir o trabalho. Por este motivo, eles encontram-se em = p>
oposiç&at= ilde;o direta à forma que os indivíduos cia sociedade escolheram até hoje
para express&ati= lde;o de conjunto, quer dizer, em oposição ao Estado,sendo-lhes = p>
necessário derrubar esse Estado para realizar=
a
sua personalidade.
* * *
Podemos concluir= de todo o desenvolvimento histórico até aos nossos dias = p>
que (87) as relações coletivas em que
entram os indivíduos de uma classe, e
que sempre foram condicionadas pelos seus interesses comuns relativamente = p>
a terceiros, con=
stituíam
sempre uma comunidade que englobava esses
indivíduos unicamente enquanto indivíduos médios, na medida em que = p>
viviam nas condições de vida da mesma classe; trata-se portanto de relações
em que das n&ati= lde;o participam enquanto indivíduos, mas sim enquanto membros = p>
de uma classe. P=
or
outro lado, na comunidade dos proletários
revolucion&aacut= e;rios que põem sob o seu controle todas as suas condições de= = p>
existência= e as dos outros membros da sociedade, produz-se o inverso: os = p>
indivíduos participam enquanto indivíduos, E (bem entendido, com a = p>
condiç&at= ilde;o de que a associação dos indivíduos opere no quadro das forças
produtivas que se supõem já desenvolvidas é esta reunião que colo= ca sob o
seu controle as condições do livre desenvolvimento dos indivíduos e do= sou
movimento, enqua= nto até aí elas tinham sido abandonadas ao acaso e = p>
adotado uma existência autônoma perante os indivíduos, devido = p>
precisamente &ag= rave; existência da sua separação como indivíduos e da= = p>
necessidade da s= ua união, implicada pela divisão do trabalho, mas = p>
transformada num
laço estranho devido à sua separação enquanto <=
span
style=3D'color:black;display:none;mso-hide:all'>
indivíduo= s. A associação até aqui conhecida não era de forma alguma a
união
voluntária (que nos é.por exemplo, apresentada no Contrato (88)mas
uma união necessária baseada em condições no interior das quais = os = p>
indivíduos desfrutavam da contingência (comparar, por exemplo, a formação
do Estado da América do Norte e as repúblicas da América do Sul). E= ste = p>
direito de poder desfrutar tranqüilamente da contingência em certas = p>
condiç&ot= ilde;es constitui aquilo que até hoje se designava por liberdade pessoal. - = = p>
Estas condições de existência são naturalmente as forças produtivas e os
modos de troca de cada período.
* * *
O comunismo distingue-se de todos os movimentos que o precederam pelo = p>
fato de alterar = a base das relações de produção e de troca anteriores e de,
pela primeira ve= z, tratar as condições naturais prévias corno criações dos
homens que nos antecederam, despojando-as da sua aparência natural e = p>
submetendo-as ao= poder dos indivíduos unidos. A organização que proclama = p>
é, por is= so mesmo, essencialmente econômica: é a criação material das
condiç&ot= ilde;es dessa união; transforma as condições existentes nas condições da
união. O = estado de coisas assim criado constitui precisamente a base real que = p>
torna impossível tudo o que existe independentemente dos indivíduos= - pois
esse estado de c=
oisas
existente é pura e simplesmente um produto das
anteriores relações dos indivíduos entre si. Deste modo, os comunistas
tratam praticame= nte como fatores inorgânicos as condições criadas antes = p>
deles pela produção e o comércio. Isto não significa que considerem que a
razão de = ser ou a intenção das gerações anteriores foi de lhes fornecer bases
materiais, ou que pensem terem sido essas condições consideradas = p>
inorgânica= s por aqueles que as criaram. A diferença entre o indivíduo = p>
pessoal e o indivíduo contingente não constitui uma distinçã= ;o conceptual,
mas um fato histórico. Esta distinção tem um sentido diferente em épocas
diferentes: por exemplo, a ordem, enquanto contingência para o indivíduo no = p>
século XV=
III,
assim como plus ou moins (89) a-
família. É uma distinção
que não necessita de ser feita por nós, pois cada época se encarrega = de a
fazer a partir d= os diferentes elementos que herda da época anterior, fazendoo = p>
não a par= tir de um conceito mas sob a pressão dos conflitos materiais da = p>
vida. Aquilo que= numa época ulterior surge como contingente por oposição à
época ant= erior, ou mesmo entre os elementos herdados dessa época anterior, = p>
é uni mod=
o de trocas
que corresponde a um determinado desenvolvimento
das forças produtivas. A relação entre forças produtivas e formas= de troca é a
relaç&ati=
lde;o
entre o modo de trocas e (90) a
ação ou a atividade dos indivíduos.
(A forma b&aacut= e;sica dessa atividade (91) é naturalment= e a forma material de que
depende qualquer= outra forma intelectual, política, religiosa, etc. É certo que = p>
a diferente forma adquirida pela vida material é em cada ocasião dependente = p>
das necessidades
já desenvolvidas, necessidades essas cuja produção e <=
span
style=3D'color:black;display:none;mso-hide:all'>
satisfaç&=
atilde;o
constituem um processo histórico impossível de detectar nos <=
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style=3D'color:black;display:none;mso-hide:all'>
carneiros ou nos cães [argumento capital de Stirner adversus hominem (92)
de pôr os cabelos em pé] se bem que os carneiros e os cães, na sua form= a = p>
atual sejam. malgré eux (93) produtos de um pro= cesso histórico.) Antes de a
contradiç= ão se manifestar, as condições em que os indivíduos se relacionam
entre si s&atild= e;o condições inerentes à sua individualidade; não = lhes são de forma
alguma exteriore=
s e.
além disso, permitem por si sós que esses indivíduos <=
span
style=3D'color:black;display:none;mso-hide:all'>
determinados, vi= vendo em condições determinadas, produzam a sua vida = p>
material e tudo = o que dela decorre; são portanto condições da sua = p>
manifestaç= ;ão ativa dei si, produzidas por essa. manifestação de si (94)
Por conseguinte,=
as condições
determinadas em que os indivíduos produzem
antes de a
contradição se manifestar correspondem à sua
limitação efetiva, à
sua existê= ncia limitada; este caráter limitado só se revela com o = p>
aparecimento da contradição e existe, por isso, para a geração ulterior. Esta
condiç&at=
ilde;o
aparece assim como um entravei acidental, atribui-se
consequentemente à época anterior a consciência de que constituía= um = p>
entrave.
Estas diferentes condições, que surgem primeiramente como condiçõ= ;es da =
manifestaç= ;ão de si, e mais tarde como seus obstáculos, formam em toda a = p>
evoluç&at= ilde;o histórica uma seqüência coerente de modos de troca cujo laço de
união &ea= cute; a substituição da forma de trocas anterior, que se tornara um= = p>
obstáculo= , por uma nova forma que corresponde às forças- produtivas mais = p>
desenvolvidas e,= por isso mesmo ao modo mais aperfeiçoado da atividade = p>
dos indiví= ;duos. forma que à son tour (95) se trans= forma num obstáculo e é
então substituída por outra. Na medida em que, para cada estádio, e= ssas
condiç&ot= ilde;es correspondem ao desenvolvimento simultâneo das forças = p>
produtivas, a sua história é também a história das forças produtivas que se
desenvolvem e são retomadas por cada nova geração, e é consequentemente
a históri=
a do
desenvolvimento das forças dos próprios indivíduos.
Este desenvolvim= ento, produzindo-se naturalmente, isto é, não estando = p>
subordinado a um= plano do conjunto estabelecido por indivíduos associados = p>
livremente, part= e de localidades diferentes, de tribos, de nações, de ramos de = p>
trabalho distint=
os,
etc., cada um deles se desenvolvendo primeiro
independentement= e dos outros e apenas estabelecendo relações entre si a = p>
pouco e pouco. Progride, aliás, lentamente: os diferentes estádios e = p>
interesses nunca são complemente ultrapassados, mas apenas subordinados = p>
ao interesse que
triunfa, ao lado do qual se arrastam ainda durante séculos.
Daí resul= ta a existência de diferentes graus de desenvolvimento entre os = p>
indivíduo= s de urna mesma nação, mesmo se abstrairmos das suas condições
financeiras: e também o fato de um interesse anterior, cujo modo de trocas = p>
particular se en=
contra
já suplantado por um outro correspondente a um
interesse poster=
ior,
continuar ainda durante muito tempo, na comunidade
aparente, em pod= er de uma força tradicional que se tornou autônoma = p>
relativamente aos indivíduos (Estado, direito): só uma revolução consegue,
em última instância, quebrar essa força. Também assim se explica o motivo
pelo qual a
consciência, ao preocupar-se com aspectos singulares que são <=
span
style=3D'color:black;display:none;mso-hide:all'>
passíveis= de uma síntese mais geral, pode por vezes ultrapassar = p>
aparentemente as relações empíricas contemporâneas, de tal modo q= ue, nas
lutas de - um período posterior, seja licito utilizar-se as conclusões a qu= e = p>
possam ter chegado teóricos anteriores.
Pelo contr&aacut= e;rio, em países como a América do Norte, cuja existência se inicia
num perío= do histórico já desenvolvido, o desenvolvimento processa-se com = = p>
rapidez. Tais países têm apenas como condição natural prévia os indivíduos
que aí se estabelecem e que para ai foram como reação aos modos de = p>
produç&at= ilde;o dos velhos países, que já não correspondiam às = suas necessidades. = p>
Estes paí= ses começam pois com os indivíduos mais evoluídos do velho= = p>
mundo, e por
conseguinte com o modo de trocas mais desenvolvido,
correspondente a= esses indivíduos, mesmo antes de este sistema de trocas se = p>
ter conseguido i= mpor nos velhos países. É o caso de todas as colônias que = p>
não foram simples bases militares ou comerciais, tais como Cartago, ais = p>
colônias g= regas e a Islândia nos séculos XI e XII. Verifica-se um caso = p>
análogo q=
uando,
como resultado de conquista, se leva para o país
conquistado o mo=
do de
trocas que se desenvolvera num outro solo; enquanto
no seu paí=
;s do
origem esta forma se encontrava ainda em choque com os
interesses e as
condições de vida das épocas precedentes, aqui, pelo <=
span
style=3D'color:black;display:none;mso-hide:all'>
contrário= . pode e deve implantar-se totalmente e sem quaisquer entraves ao = p>
conquistador (a Inglaterra e Nápoles depois da conquista normanda, altura = p>
em que conheceram a forma mais acabada da
organização feudal).
* * *
A conquista, como fato, parece estar em contradição com toda esta = p>
concepç&a= tilde;o da história. Até hoje, tem-se feito da violência, cia guerra, da
pilhagem, do banditismo. etc.. a força motriz da história. Como nos vemos = = p>
aqui obrigados a limitar-nos aos pontos capitais, consideraremos apenas um = p>
exemplo verdadeiramente flagrante. que é o da destruição de uma velha
civilizaç= ão por um povo bárbaro e a formação conjunta de uma estru= tura
social a partir = do zero (Roma e os Bárbaros, o feudalismo e a Gália, o = p>
Império do Oriente e os Turcos). Para o povo bárbaro conquistador, a guerra = p>
é ainda, = tal como atrás dissemos, um modo normal de relação tanto m= ais = p>
zelosamente prat=
icado
quanto mais imperiosa se torna a necessidade de
novos meios de produção devido ao aumento da população e ao mo= do de =
produç&at= ilde;o tradicional, rudimentar e único possível, desse povo. Em Itália,
pelo contr&aacut= e;rio, assiste-se à concentração da propriedade fundiá= ria realizada
por heranç= ;a, por compra e ainda por endividamento; e isto porque a extrema = p>
dissoluç&=
atilde;o
dos costumes e a escassez dos casamentos originavam a
progressiva extinção das velhas famílias, acabando os seus bens por cair nas
mãos de um pequeno número delas. Alem disso, tal propriedade fundiária f= oi = p>
transformada em pastagens. transformação essa provocada, para além das= = p>
causas econômicas habituais válidas ainda nos nossos dias, pela importação
de cereais pilha= dos ou exigidos a título de tributo o a conseqüente falta de = p>
consumidores de =
trigo
italiano que isso implicava. Devido a estas
circunstân= cias, a população livre desapareceu totalmente e os próprios= = p>
escravos ameaçavam abandonar a sua situação, tendo de ser constantemente
substituí= dos. A escravatura continuava a ser a base’ de toda a produção= . Os
plebeus, colocad=
os
entre os homens livres e os escravos, nunca conseguiram
ultrapassar a condição de
Lumpenproleiariat (96)
De resto, Roma n= unca ultrapassou o estádio de cidade; encontrava-se ligada = p>
às províncias por laços quase exclusivamente políticos qu= e, bem entendido,
poderiam ser quebrados por acontecimentos
políticos.
* * *
É muito u= sual a idéia de que na história tudo se resumiu até agora a tomadas
de poder. Os bárbaros apoderaram-se do Império romano, e é assim = p>
explicada- a pas=
sagem
do mundo antigo ao feudalismo. Mas, quanto a esta
conquista dos bárbaros, é necessário saber se a nação = de que se apoderaram
tinha desenvolvi= do forças produtivas industriais, como acontece nos povos = p>
modernos, ou se = as suas forças produtivas repousavam unicamente na sua = p>
união e <=
span
style=3D'color:blue'>(97) na vida
condicionada pelo objeto que se apropria. Ninguém se pode apoderar da = p>
fortuna de um banqueiro, que consiste em papéis, sem se submeter às = p>
condiç&ot= ilde;es de produção e de circulação do país conquistado. Sucede o
mesmo com todo o
capital industrial de um país industrial moderno.
Finalmente, quan= do numa região submetida já não há mais nada para = = p>
conquistar, &eac= ute; necessário que se comece a produzir. Dada esta necessidade, = p>
que muito cedo se
manifesta, a forma de comunidade adotada pelos
conquistadores d=
eve
estar em concordância com o estado de
desenvolvimento = das forças produtivas que encontram ou, se tal não = p>
acontecer, deve transformar-se em função das forças produtivas. Isto explica
um fato que pare= ce ter-se verificado por toda a parte na época que se seguiu = p>
às grandes invasões: os vassalos converteram-se em senhores e os = p>
conquistadores adotaram rapidamente a língua, a cultura e os costumes do = p>
país conquistado.
O feudalismo não foi de forma alguma trazido da Alemanha na sua forma = p>
acabada; teve a = sua origem na organização militar dos exércitos durante a = = p>
própria conquista. Esta organização desenvolveu-se depois da conquista sob
o impacto das forças produtivas encontradas no país conquistado, só então se
transformando no
feudalismo propriamente dito. O fracasso das tentativas
levadas a cabo p=
ara
impor outras formas nascidas de reminiscências da
antiga Roma (Car=
los
Magno, por exemplo) mostra-nos até que ponto a
forma feudal era
condicionada pelas forças produtivas.
A continuar.
* * *
Na grande indústria e na concorrência, todas as condições = de existência,
determinaç= ;ões e condicionalismos dos indivíduos se baseiam nas seguintes = p>
duas formas: propriedade privada e trabalho. Com o dinheiro, todas as = p>
formas de troca,= assim como a própria troca, se apresentam aos indivíduos = p>
como contingente= s. É a própria natureza do dinheiro que nos leva a pensar = p>
que todas as relações anteriores eram apenas relações de indivíduos vivendo
em determinadas condições, e não relações entre indivíduos enquanto
indivíduo= s. Essas condições reduzem-se a: trabalho acumulado ou = p>
propriedade priv=
ada,
por um lado, e trabalho real, por outro. O
desaparecimento =
de uma
dessas condições faz com que a troca seja
interrompida. Os
próprios economistas modernos, como por exemplo
Sismondi.
Chérbuliez (98) etc., opõem
I’associatíon des individus à
l’association des capitaux (99)
Por outro lado, = os indivíduos são completamente subordinados à divis&atil= de;o do =
trabalho e ficam= por isso mesmo colocados numa situação de dependência = p>
total uns dos ou= tros. Na medida em que se opõe ao trabalho no seio deste, a = p>
propriedade priv=
ada
nasce e desenvolve-se a partir da necessidade de
acumulaç&=
atilde;o
e, embora conserve inicialmente a forma da comunidade,
aproxima-se pouc=
o a
pouco, no seu desenvolvimento ulterior, da forma
moderna da propr=
iedade
privada. Logo, a divisão do trabalho implica
igualmente a divisão das condições de trabalho, instrumentos e materiais e,
com essa divisão, a fragmentação do capital acumulado entre diversos
proprietá= rios; por conseguinte, implica também a separação entre capi= tal e <= /span>
trabalho, assim =
como
entre diversas formas da propriedade. Quanto mais
aperfeiço= ada estiver a divisão do trabalho, maior é a acumulaç&atil= de;o e mais
acentuada &eacut= e; essa separação O próprio trabalho só pode subsi= stir à custa dessa
separação.
* * *
(Energia pessoal dos indivíduos de diferentes
nações
Alemães e Americanos—energia devida ao cruzamento de raças - daí = o = p>
cretinismo dos Alemães verdadeiros cretinos em França, Inglaterra, etc., dos= = p>
povos estrangeir= os transplantados para um território evoluído e para um = p>
local inteiramen= te novo na América; na Alemanha a população primitiva não
teve a mínima reação).
* * *
Encontramo-nos, portanto, perante dois fatos. Primeiro, as forças produtivas = p>
apresentam-se co=
mo
completamente independentes e separadas dos
indivíduo= s, corno um mundo à margem destes, o que se deve ao fato de os = p>
indivíduo= s. a quem elas pertencem efetivamente, existirem disseminados e = p>
em oposição uns aos outros, se bem que essas forças s&oac= ute; sejam reais no
comércio =
e na
interdependência desses indivíduos. Logo, existe por um lado <=
span
style=3D'color:black;display:none;mso-hide:all'>
um conjunto de forças produtivas que adquiriram, de certo modo, uma forma = p>
objetiva e j&aac= ute; não são para os indivíduos as suas próprias forças, mas as da
propriedade priv= ada e, portanto, dos indivíduos, mas apenas na medida em = p>
que forem proprietários privados. Em nenhum período anterior as forças
produtivas tinham revestido esta forma indiferente às relações dos = p>
indivíduos
enquanto indivíduos, pois estas relações eram ainda
limitadas.
Por outro lado, observa-se uma oposição a essas forças produtivas por parte
da maioria dos indivíduos de quem elas se tinham destacado e que, por = p>
estarem despojad= as de todo o conteúdo real da sua vida, se converteram em = p>
indivíduos abstratos; mas é por isso mesmo e só então que estes ficaram em
condiç&ot=
ilde;es
de se relacionarem uns com os outros como indivíduos.
O trabalho, único laço que os une ainda às forças produtiva= s e à sua própria
existência= , perdeu para eles toda a aparência de manifestação de si e só lhes
conserva a vida
definhando-a. Enquanto em épocas anteriores a
manifestaç= ;ão de si e a produção- da vida material eram apenas separadas = p>
pelo simples fat= o de competirem a pessoas diferentes e de a produção da = p>
vida material ser ainda considerada como uma manifestação de si. uma = p>
atividade de ord= em inferior devido ao caráter limitado dos próprios = p>
indivíduo= s, hoje, manifestação de si e produção da vida material estão de tal
modo separadas q= ue a vida, material é considerada como fim e a produção = p>
da vida material= , quer dizer, o trabalho, como meio (agora a única forma = p>
possível,
embora negativa, da manifestação de si).
Chegamos pois ao
ponto- de os indivíduos se verem obrigados a
apropriarem-se da totalidade das forças produtivas existentes, não apenas = p>
para conseguirem
manifestar o seu eu, mas sobretudo para assegurar a sua
existência= . Esta apropriação é, antes de tudo, condicionada pelo objeto= a = p>
apropriar, neste=
caso
as forças produtivas desenvolvidas ao ponto de
constituí= rem uma totalidade e existindo unicamente no âmbito das trocas = p>
mundiais. Sob es= te ângulo, esta apropriação deve necessariamente apresenta= r = p>
um caráter universal correspondente às forças produtivas e às tro= cas. A <= /span>
apropriaç= ão destas forças consiste no desenvolvimento das faculdades = p>
individuais que =
de
algum modo correspondem aos instrumentos materiais de
produç&at= ilde;o. Por isso mesmo, a apropriação de uma totalidade do instrument= os = p>
de produção constitui já o desenvolvimento de uma totalid= ade de faculdades
nos própr= ios indivíduos. Esta apropriação é ainda condiciona= da pelos
indivíduo= s que se apropriam. Só os proletários da época atual, totalm= ente
excluídos= de qualquer manifestação de si, se encontram em condições de
poderem alcan&cc= edil;ar uma manifestação de si total, não limitada, que consis= te na =
apropriaç= ão de uma totalidade de forças produtivas e no desenvolvimento de = p>
uma totalidade de faculdades que isso implica. Todas as apropriações = p>
revolucion&aacut= e;rias anteriores foram limitadas; os indivíduos cuja manifestação
de si era limita= da por um instrumento de produção limitado e trocas = p>
limitadas, apropriavam-se desse instrumento de produção limitado e s&oac= ute;
conseguiam, desse modo, atingir uma nova limitação. Apropriavam-se do = p>
seu instrumento = de produção mas continuavam subordinados à divisão= do = p>
trabalho e ao seu próprio instrumento de produção. Em todas as apropriações
anteriores havia= uma subordinação de uma massa de indivíduos a um ún= ico = p>
instrumento de produção; na apropriação pelos proletári= os, é uma massa de
instrumentos de produção que é necessariamente subordinada a cada = p>
indivíduo, ficando a propriedade subordinada a todos eles. As trocas = p>
mundiais modernas só podem estar subordinadas aos indivíduos se o = p>
estiverem a todos.
A apropria&ccedi= l;ão é também condicionada pela forma particular que deve = p>
necessariamente revestir. Com efeito, só poderá ser levada a cabo mediante = p>
uma união= que, dado o caráter do próprio proletariado, é obrigatoriamente’
universal; s&oac= ute; se efetuará através de uma revolução que, por um lado,
derrubará= o poder do modo de produção e de troca anterior assim como o = p>
poder da estrutu= ra social precedente, e que por outro lado desenvolverá o = p>
caráter universal do proletariado e a energia que lhe é necessária pa= ra = p>
consumar essa apropriação. Trata-se portanto de uma revolução= em que o
proletariado se libertará de tudo o que ainda lhe resta da sua posição social
anterior.
É apenas =
nesta
fase que a manifestação de si coincide com a vida material; <=
span
style=3D'color:black;display:none;mso-hide:all'>
essa fase corres= ponde à transformação dos indivíduos em indiví= duos
completos e &agr= ave; superação de tudo o que lhes foi originariamente imposto pela= = p>
natureza; corresponde-lhe a transformação do trabalho em manifestação de
si e a metamorfo= se das relações até então condicionadas em relaç= ;ões dos
indivíduos enquanto indivíduos. Com a apropriação da totalidade d= as forças
produtivas pelos
indivíduos unidos, é abolida a propriedade privada.
Enquanto na história anterior, cada condição particular surgia sem= pre como
acidental, agora é o isolamento dos próprios indivíduos, o lucro privad= o de
cada um, que se torna acidental.
Aos indiví= ;duos já não subordinados à divisão do trabalho, os filósofos
representaram-no=
s como
um ideal a que apuseram a designação de
«Homem&raq= uo;; e compreenderam todo o processo que acabamos de expor como = p>
sendo o desenvolvimento do «Homem». Substituíram Os indivíduos
existentes em ca= da época da história passada pelo «Homem» e = p>
apresentaram-no = como a força da história. Todo o- processo foi portanto = p>
compreendido com= o processo de auto-alienação do «Homem», o que se deve = p>
essencialmente a= o- fato de o indivíduo médio do período ulterior ter sido= = p>
sempre substituído pelo do período anterior, ao mesmo tempo que se atribuía
a este a consciência ulterior. Graças a esta inversão, que omite= as condições
reais, foi possível converter toda a história num processo de = p>
desenvolvimento da consciência.
* * *
A sociedade civil abarca o conjunto das relações materiais dos indivíduo= s no
interior de um determinado estádio de desenvolvimento das forças = p>
produtivas. Ence=
rra o
conjunto da vida comercial e industrial existente numa
dada fase e ultr= apassa por isso mesmo o Estado e a nação, se bem que deva = p>
afirmar-se no ex=
terior
como nacionalidade e organizar-se no interior como
Estado, O termo sociedade civil surgiu no século XVIII, quando as relaç&otild= e;es
de propriedade se
desligaram da comunidade antiga e medieval. A sociedade
civil enquanto t= al só se desenvolve com a burguesia; todavia, a organizaçã= ;o = p>
social diretamen= te resultante da produção e do comércio, e que constituiu= = p>
sempre a base do
Estado e do resto da superestrutura idealista, tem sido
constantemente designada pelo mesmo nome.
A primeira forma= da propriedade é, tanto no mundo antigo como na idade = p>
média, a propriedade tribal, principalmente condicionada entre os Romanos = p>
pela guerra, e e= ntre os Germanos, pela criação de gado. Para os povos = p>
antigos (100) (não esqueçamos que numa me= sma cidade co-habitavam
diversas tribos)= , a propriedade tribal aparece corno propriedade do Estado e = p>
o direito do indivíduo a desfrutá-la como uma simples possessio, a qual, n= o = p>
entanto, à
semelhança da propriedade tribal, se limita à propriedade da
terra.
A propriedade pr= ivada propriamente dita começa. tanto para os antigos como = p>
para os povos modernos, com a propriedade mobiliária, - (Escravatura e = p>
comunidade) (dominium ex jure quiritum (101)
Para os povos qu=
e saem
da Idade Média, a propriedade tribal evolui
passando» = por diferentes estádios - propriedade fundiária feudal, = p>
propriedade mobiliária corporativa, capital de manufatura - até ao capita= l = p>
moderno, condici= onado pela grande indústria e a concorrência universal, que = p>
representa a propriedade privada no estado puro, despojada de qualquer = p>
aparência = de comunidade e tendo excluído toda a ação do Estado sobr= e o = p>
desenvolvimento = da propriedade. É a esta propriedade privada moderna que = p>
corresponde o Es= tado moderno, adquirido pouco a pouco pelos proprietários = p>
privados através dos impostos, inteiramente caído nas suas mãos pelo
sistema da dívida pública e cuja existência depende exclusivamente, pelo
jogo da alta &ea= cute; da baixa dos valores do Estado na Bolsa, do crédito comercial = p>
que lhe concedem= os proprietários privados, os burgueses. A burguesia, por = p>
ser já uma classe e não uma simples ordem, é constrangida a organizar-se à
escala nacional e já não exclusivamente num plano local, e a dar uma forma = p>
universal aos se=
us
interesses comuns. Dado que a propriedade privada se
emancipou da comunidade, o Estado adquiriu uma existência particular = p>
junto da socieda= de- civil e fora dela; mas esse Estado não é mais do que a = p>
forma de
organização que os burgueses constituem pela necessidade de <=
span
style=3D'color:black;display:none;mso-hide:all'>
garantirem mutua=
mente
a sua propriedade e os seus interesses, tanto no
exterior corno no interior. A independência do Estado só existe hoje nos = p>
países me= nos desenvolvidos onde as ordens ainda não se desenvolveram ao = p>
ponto de constituírem classes e onde ainda desempenham um certo papel; = p>
países es= ses em que existe urna situação híbrida e onde, consequenteme= nte,
nenhuma- parte da população pode dominar as outras. É muito = p>
particularmente =
o caso
da Alemanha, ao passo que o exemplo mais acabado
de Estado moderno é a América do Norte. Os escritores franceses, ingleses e = p>
americanos moder= nos afirmam todos, sem excepção, que o Estado só existe = p>
devido à propriedade privada, idéia essa que acabou por ser aceite pela = p>
consciência comum.
Sendo portanto o Estado a forma através da qual os indivíduos de uma classe = p>
dominante fazem =
valer
os seus interesses comuns e na qual se resume toda a
sociedade civil = de uma época, conclui-se que todas as instituições públicas
têm o Esta=
do
como mediador e adquirem através dele uma forma política.
Daí a ilusão de que a lei repousa sobre a vontade e, melhor ainda, sobre u= ma = p>
vontade livre,
desligada da sua base concreta. O mesmo acontece com o
direito que é por sua vez reduzido à l=
ei.
O direito privado
desenvolve-se, conjuntamente com a propriedade privada,
como resultado da dissolução da comunidade natural. Entre os Romanos, o = p>
desenvolvimento = da propriedade privada e do direito privado não teve = p>
qualquer conseqüência industrial ou comercial pelo fato de o seu modo de = = p>
produção não se ter modificado =
(102)
Nos povos modern= os, onde a comunidade feudal foi dissolvida pela indústria = p>
e o comér=
cio, o
nascimento da propriedade privada e do direito privado
marcou o in&iacu= te;cio de uma nova fase susceptível de um desenvolvimento = p>
ulterior. Amalfi= (103) a primeira cidade da Idade Média a= ter um comércio
marítimo considerável, foi também a primeira a criar o direito marítimo. E
em Itália= , em primeiro lugar, tal como mais tarde noutros países, quando o = p>
comércio =
e a
indústria conduziram a propriedade privada a um
desenvolvimento considerável.retomou-se imediatamente o direito privado = p>
dos Romanos e elevou-se este à categoria de autoridade. Mais tarde, quando = p>
a burguesia adqu= iriu poder suficiente para que os príncipes se preocupassem = p>
com os seus inte=
resses
e utilizassem essa burguesia como instrumento para
derrubar a classe feudal, começou em todos os países - como em França, n= o = p>
século XV= I o verdadeiro desenvolvimento do direito, que em todos eles, à = p>
excepç&at= ilde;o da Inglaterra, tomou como base o direito romano. Mesmo em = p>
Inglaterra foram introduzidos, para aperfeiçoar o direito privado, alguns = p>
princípio= s do direito romano (particularmente no que se refere à propriedade = p>
mobiliári= a). (Não esqueçamos que o direito, tal como a religião, não possui
uma história própria.)
O direito privado exprime as relações de propriedade existentes como o = p>
resultado de uma vontade geral.
O próprio= jus utendi et abutendi (104) exprime, por um = lado, o fato de a
propriedade priv=
ada se
tornar completamente independente da comunidade
e, por outro, a ilusão de que essa propriedade privada repousa sobre a = p>
simples vontade privada, sobre a livre disposição das coisas. Na práti= ca, o <= /span>
abutti (105) tem limitações econôm= icas bem determinadas para o
proprietá= rio privado se este não quiser que a sua propriedade, e com ela o = p>
seu jus abutendi, passe para outras mãos; pois, no fim de contas, a coisa, = p>
nada é, considerada unicamente nas suas relações com a sua vontade, e só se
transforma numa = coisa, numa propriedade real (numa relação, naquilo a que = p>
os filóso= fos chamam uma idéia), através do comércio e independentem= ente
do direito. Esta ilusão jurídica, que reduz o direito à simples vontade, conduz
fatalmente mente= , na seqüência do desenvolvimento das relações de = p>
propriedade. &ag= rave; possibilidade de qualquer pessoa ostentar um título jurídico = = p>
de propriedade s=
em
efetivamente possuir essa propriedade. Suponhamos, por
exemplo, que um terreno deixa de ser rentável devido à concorrência - o= seu
proprietá= rio conservará sem dúvida alguma o título jurídico = da propriedade,
assim como o seu= jus utendi et abutendi. Mas nada poderá fazer com ele nem = p>
nada possuir&aac= ute; de fato se não dispuser de capital suficiente para cultivar o seu = p>
terreno. É= ; esta mesma ilusão que explica o fato de, para os juristas, assim = p>
como para todos = os códigos jurídicos, as relações entre os indivíduos
celebrada por contratos, por exemplo, surgirem como algo fortuito e de, a = p>
seu ver, as relações deste tipo [poderem] ou não ser aceites na me= dida em =
que o seu conteúdo repousa inteiramente sobre a vontade arbitrária e = p>
individual das partes contratantes.
De cada vez que o desenvolvimento da indústria e dó comércio criou novas= = p>
formas de troca,=
por
exemplo companhias de seguros e outras, o direito viuse
regularmente obr= igado a integrá-las nos modos de aquisição da = p>
propriedade.
* * *
Influência= (106) da divisão do trabalho sobre a ciência. = p>
Papel da repressão no Estado, no direito, na moral, etc.. É necessário que a
lei constitua uma expressão da burguesia precisamente por esta dominar = p>
como classe.
Ciência da natureza e história. Não há
história da política, do
direito, da ciência, etc., da arte, da
religião, etc.
* * *
Razão por= que os ideólogos põem tudo às avessas. Homens de religião,
juristas, políticos. Juristas, políticos (himens de Estado em geral), moralistas,
homens de religião.
A propósi=
to
desta subdivisão ideológica no interior de uma classe: I.
autonomia da profissão como conseqüência da divisão do trabalho: cada
qual considera a= sua profissão como verdadeira. Sobre a ligação do seu = p>
trabalho com a realidade, iludem-se necessariamente dada a natureza desse = p>
trabalho. Em jurisprudência, em política, etc., essas relações transformam-se
- na consci&ecir= c;ncia - em conceitos; como não se elevam acima dessas relaçõ= es, = p>
os conceitos que= sobre elas possuem são conceitos rígidos: o juiz, por = p>
exemplo, pelo fa= to de aplicar o código, considera a legislação como = p>
verdadeiro motor ativo. Cada um respeita a sua mercadoria pois ela está em = p>
relação com o universal.
Idéia do direito. Idéia do Estado. Na consciência vulgar o assunto &eac= ute; posto às
avessas.
* * *
A religião é em primeira análise consciência da transcendênc= ia, [consciência
que] nasce da obrigação real.
Exprimir isto de uma forma mais popular.
A tradição para o direito, a
religião, etc.
* * *
Os indiví=
duos
sempre partiram de si mesmos, partem sempre de si mesmos.
As suas relações são relações que correspondem ao processo real da sua
vida. A que se d=
eve o
fato de as suas relações ascenderem à autonomia e se <=
span
style=3D'color:black;display:none;mso-hide:all'>
chocarem com eles próprios? De os poderes dos indivíduos se tornarem = p>
todos-poderosos perante esses mesmos indivíduos?&nb= sp;
Numa palavra: de= ve-se à divisão do trabalho, cujo grau depende da força = p>
produtiva desenvolvida em cada momento.
Propriedade
fundiária. Propriedade comunitária. Feudal Moderna.
Propriedade das =
ordens
da sociedade. Propriedade manufaturaria. Capital
industrial.
* * *
[A partir daqui,= A Ideologia Alemã toma o aspecto de um comentário de = p>
textos, o que ex=
plica
as numerosas citações das obras de São Bruno (Bauer) <=
span
style=3D'color:black;display:none;mso-hide:all'>
e de São Max (Stirner)]
1. &= nbsp; [Passagem cortada no manuscrito:] Nenhuma diferença especifica distingue o = p>
idealismo alemão da Ideologia de todos os outros povos. Esta última considera
igualmente que o= mundo é dominado por idéias, que estas e os conceitos são = p>
princípios determinantes, que o mistério do mundo material, apenas acessí= ;vel aos
filósofos, é constituído por determinadas
idéias.
Hegel levou ao máximo o idealismo positivo. Para ele, o mundo material não s= e = p>
limitara a metamorfosear-se num mundo de idéias e a história numa história de
idéias. H= egel não se contenta com o registo dos fatos do pensamento; procura = p>
também analisar o ato de produçã=
;o.
Quando são obrigados a sair do seu mundo de
sonhos, os filósofos alemães
protestam contra o mundo das idéias que lhes
[...] a representação do [mundo] real,
físico
Todos os críticos alemães afirmam que =
as
idéias, representações e conceitos
dominaram e determinaram até agora os homens
reais e que o mundo real é um
produto do mundo das Ideias. Todos pensam que assim
aconteceu até agora, mas
que a situação se vai modificar; e
é aqui que se diferenciam entre si, pois têm
opiniões diferentes sobre a forma Como se deve
libertar o mundo dos homens, o
qual, segundo eles, gemeria sob o peso das suas
próprias idéias fixas, e sobre
aquilo que cada um considera como idéia fixa.=
Mas
todos acreditam no domínio
das idéias e julgam que o seu raciocín=
io
provocará necessariamente a queda do
estado de coisas existente, quer pelo simples poder =
do
seu pensamento individual
quer por tentarem conquistar a consciência de =
todos.A
crença de que o mundo real
é o produto do mundo ideal, de que o mundo das
idéias [...] Alucinados pelo
mundo hegeliano das idéias, que se tornou o
deles, os filósofos alemães protestam
contra o domínio dos pensamentos, idéi=
as e
representações que até agora, no seu
parecer, ou melhor, de acordo com a ilusão de
Hegel, deram origem ao mundo real,
o determinaram, o dominaram. Exalam um último
protesto e sucumbem [...] No
sistema de Hegel, as Ideias, pensamentos e conceitos
produziram, determinaram e
dominaram a vida real dos homens, o seu mundo materi=
al,
as suas relações reais.
Os seus discípulos revoltados assenhorearam-se
deste postulado [...]
2. David Friedrlch
Strauss (1808-1874), filósofo alemão.
3. &= nbsp; Generais de Alexandre da Macedónia que, após a sua morte, se entregara= m a = p>
uma luta encarniçada a fim de atingirem o poder.
4. &= nbsp; [Passagem cortada no manuscrito:] O mundo exterior profano não se apercebeu = p>
evidentemente de=
nada;
nenhum destes acontecimentos que revolucionaram o
mundo conseguiu exceder os limites de um processo de decomposição do espírito
absoluto.
5. &= nbsp; [Passagem cortada no manuscrito:] O crítico, esse ordenador de casamentos e = p>
funerais, n&atil=
de;o
poderia naturalmente estar ausente; de fato, enquanto resíduos das <=
span
style=3D'color:black;display:none;mso-hide:all'>
grandes guerras de libertação,
6. Neste caso:
resíduo.
7. [Passagem corta=
da no
manuscrito:] (e da pequenez nacional).
8. [Passagem corta=
da no
manuscrito:] por essa razão que faremos preceder a critica
individual dos diversos representantes deste movimen=
to
de algumas anotações
gerais (as quais bastarão para caracterizar o
nosso ponto de vista critico e
fundamentá-lo tanto quanto necessário.=
Se
opomos estas anotações a Feuerbach, é
por ser ele o único a constituir um efetivo
progresso, o único cujas obras podem ser
estudadas de bonne foi *); tais anotaçõ=
;es
esclarecerão os pressupostos ideológicos
que lhes são comuns. *. De boa fé; em
francês no texto original.
9. &= nbsp; [Passagem cortada no manuscrito:] e que apenas procuram atingir uma = p>
modificação da consciência dominante.
10. [Passagem cortada no manus=
crito:]
Apenas conhecemos uma ciência, a da
história. Esta pode ser examinada sob dois
aspectos; podemos dividi-la em história
da natureza e história dos homens. Poré=
;m,
estes dois aspectos não são separáveis;
enquanto existirem homens, a sua história e a=
da
natureza condicionar-se-ão
reciprocamente. A história da natureza, aquilo
que se designa por ciência da
natureza, não nos interessa aqui; pelo
contrário, é-nos necessário analisar em
pormenor a história dos homens, pois, com efe=
ito,
quase toda ~ ideologia se reduz
a uma falsa concepção dessa
história ~ puro e simples abstrair dela. A própria
ideologia é somente um dos aspectos dessa
história,
11. [Passagem cortada no
manuscrito:] O primeiro ato histórico desses indivíduos,
através do qual se distinguem dos animais,
não é o fato de pensarem, mas sim o de
produzirem os seus meios de existência.
12. [Passagem cortada no
manuscrito:] Ora este estado de coisas não condiciona
apenas a organização que emana da
natureza, a organização primitiva dos homens,
principalmente n= o que se refere às diferenças de raça; condiciona igualmente todo
o seu desenvolvimento ou não desenvolvimento
ulterior.
13. [Passagem cortada no
manuscrito:] entre os Plebeus romanos encontramos em
primeiro lugar pequenos proprietários de terra, ao que se segue a constituição
embrionár= ia de um proletariado, tendência que aliás não se desenvolve devido à
sua posição intermédia entre
cidadãos possuidores e escravos.
14. Licinius: tribuno do povo =
que
editou em 367, juntamente com Sextius, leis que
favoreciam os plebeus, e segundo as quais nenhum
cidadão romano tinha o direito
de possuir mais do que uma determinada extensã=
;o
de terras pertencentes ao Estado.
15. [Passagem cortada no
manuscrito:] em relações de produção determinad=
as.
16. [Passagem cortada no
manuscrito:] que se atém apenas aos dados reais.
17. &=
nbsp; [Passagem
cortada no manuscrito:] As representações aceites por estes <=
span
style=3D'color:black;display:none;mso-hide:all'>
Indivíduos são idéias quer sobre as suas relações com a natureza, quer sobre as
relações que estabelece entre si ou quer sobre a sua.
própria natureza. ~ evidente
que, em todos estes casos, tais
representações constituem a expressão consciente -
real ou imaginária - das suas
relações e das sua atividades reais, da sua
produção,
do seu comércio, do seu
(organização) comportamento político e social, S&oacut=
e;
é
defensável a hipótese inversa se
supõe um outro espirito, um espírito particular,
para além do espirito dos indivíduos
reais, condicionados materialmente, Se a
expressão consciente das condiçõ=
;es
de vida reais destes indivíduos é imaginária, se
nas suas representações consideram a realidade invertida, este fenômeno é ainda
uma consequ&ecir= c;ncia do seu modo de atividade material limitado e das relações = p>
sociais deficientes que dele resultam.
18. &= nbsp; [Passagem cortada no manuscrito:] e, para sermos precisos, os homens tais = p>
como são condicionados pelo modo de produção da sua vida material, pelo seu
comércio material e o seu desenvolvimento ulterior na estrutura
social e política.
19. Câmara escura.
20. &= nbsp; [Passagem cortada no manuscrito:] a procurar a interdependência real, prática,
dessas diferentes estratificações.
21. &= nbsp; [Passagem cortada no manuscrito:] antes da expressão ‘é certoR= 17;: na Sagrada
Família, = foi convenientemente refutada a idéia de que estes santos filósof= os e
teólogos,= ao escreverem algumas vulgaridades sobre o espírito absoluto, teriam = p>
criado a
“não-autonomia dos indivíduos”. Como se o
indivíduo, quer dizer, todo o
ser humano, «deixasse de ser autônomo»indivíduo,dependên= cia estivesse
realmente dissolvido «no Espírito absoluto» a part=
ir
do momento em que alguns
pobres especuladores dessem a conhecer estas ninhari=
as
ao «Indivíduo», dando-lhe
ordem para &laqu= o;se dissolver» imediatamente «no Espírito absoluto» se= m a mais
pequena hesitação! É de notar que se esses merceeiros puderam = chegar a tais
manias filosóficas não o conseguiram devido à «dependência, à não-autonomia do = p>
indivíduo», mas por causa da misé=
;ria
da situação social.
22. Primeira máquina de
fiação automática.
23. &= nbsp; Marx tinha escrito primeiro: em qualidade e quantidade suficientes; este = p>
adjetivo foi riscado e substituído por vollständig.
24. &= nbsp; [Manuscrito deteriorado:] As palavras entre parêntesis não são legíveis no
original.
25. &= nbsp; [Variante no manuscrito original:] trata-se de urna luta que nos traz novos = p>
resultados é. massa dos homens; a luta da Alemanha...
[Passagem cortada no manuscrito original:] São
Bruno dá-nos uma “Característica
de Ludwig Feuerbach”, isto é, urna
versão revista e corrigida de um artigo já
publicado nos Norddeutsche Blätter. Dado o
caráter sagrado em que nós próprios...
Feuerbach &eacut= e; descrito como defensor da “Substância”, com o objetivo de= dar
· =
maior relevo à “Consciência=
de
si” bauerianasubstância. Aliás, é já um
hábito:
desde há algum tempo que este autor se limita=
a
dizer de tudo e de todos que são a
«Subst&aci= rc;ncia>, No decurso desta transubstanciação de Feuerbach, o nosso sant= o = p>
homem salta diretamente dos escritos de Feuerbach para a Essência do = p>
Cristianismo, pa=
ssando
sobre Bayle e Leibniz. Não menciona o artigo de
Feuerbach contra= a filosofia “positiva” Incluído nos Hallische Jahrbüc= her, pela
simples raz&atil= de;o de Feuerbachsubstância absolutaaí desmascarar, face aos = p>
representantes positivos da «substância,, toda a ciência da consciência de si
«absoluta,=
numa
época
Concepç&a= tilde;o e onde se exprimia muito mais claramente... do que ... alguma vez o = p>
fizera... A sequência deste texto é apenas uma variante de uma passagem do= = p>
capitulo II (S. Bruno). *Início de frase cort=
ado.
26. &= nbsp; Faltam as folhas paginadas por Marxconcepção homemchomensom os = p>
números 3, 4, 5, 6 e 7.
27. &= nbsp; [Variante no manuscrito:] «concepção» teórica. 28. [= Nota de Engels:] O erro de
Feuerbach não reside no fato de subordinar o que é
visível a olho nu, a aparência
sensível. A realidade sensível observa=
da
graças a um exame mais aprofundado do
estado de coisas concreto; consiste, pelo
contrário, no fato de, em última instância,
não se poder assenhorear da materialidade sem=
a
considerar com os «olhos>, Isto é,
através dos «óculos» do
filósofo.
29. &= nbsp; [Variante no manuscrito original:] que é em cada época histórica= o resultado da
atividade de toda uma série de gerações.
30. &= nbsp; Bruno Bauer: «Característica de Ludwig Feuerbach», Wigand̵= 7;s = p>
Vieteljahrsschrift,, 1845, t. III.
31. Alusão a um verso do
Fausto de Goethe.
32. &= nbsp; [Passagem cortada no manuscrito:] Se apesar de tudo examinamos aqui a = p>
história = um pouco mais detidamente, é pelo fato de os Alemães, ao ouvirem= as = p>
palavras hlstória» e “histórico”, terem o háb= ito de pensar em todas as coisas
possíveis= e imagináveis menos na realidade. São Bruno, «esse orador versado na
eloquência sagrada», é disso um brilhante exemplo.=
33. &= nbsp; [Nota de Marx:] Os homens têm uma história pelo fato de serem obriga= dos a <= /span>
produzir a sua vida e de terem de o fazer de um determinado modo: est=
a
necessidade é uma consequência da sua
organização física; o mesmo acontece com
a sua consciência. [Variante no manuscrito:] apercebemo-nos de que, entre outras
coisas, o homem = tem “espirito”, e que esse “espirito” se “manifesta” como
consciência.
34. &= nbsp; [Frase cortada no manuscrito:] a minha consciência é a minha relação com o
que me rodeia.
35. [Nota de Marx:] Compreende=
-se
imediatamente que esta religião natural ou
este tipo de relações com a natureza
estão condicionados pela forma da sociedade e
vice-versa. Neste caso, como em qualquer outro, a
Identidade entre o homem e a
natureza toma igualmente esta forma, ou seja, o
comportamento limitado dos
homens perante a natureza condiciona o comportamento
limitado dos homens entre
si e este condic= iona por sua vez as suas relações limitadas com a natureza, = p>
precisamente porque a natureza mal foi modificada pe=
la
história.
36. &= nbsp; [Nota de Marx:] Religião. Os Alemães no que se refere à ideologia enquanto
tal.
37. [Passagem cortada no manus=
crito
atividade e pensamento, isto é, atividade sem
pensamento e pensamento sem atividade.
38. Termos do vocabulár=
io dos
jovens-hegelianos e de Stirner, em particular.
39. &= nbsp; [Passagem cortada no manuscrito:] Esta expressão Idealista das limitações
económicas existentes é não só teórica, como também existe na consciência
prática; = isto significa que a consciência que se emancipa e que entra em = p>
contradiç= ão com o modo de produção existente não constitui apenas religiões e
filosofias, mas também Estados.
40. Os Anais franco-alemâ=
;es
eram uma revista editada em Paris por Marx e A.
Ruge. Só = foi publicado o primeiro número, em Fevereiro de 1844, que continha = p>
dois artigos de = Marx: Sobre a questão judaica,, «Contribuição à critica da filosofia
do direito de He= gel e um longo artigo de Engeis: «Esboço de uma critica da = p>
economia política. As divergências entre Marx e Ruge impediram o = p>
prosseguimento d= esta publicação. Em 1845, em Francfort-sobre-Meno, aparece a = p>
obra de Marx e E=
ngels
intitulada a Sagrada Familia, ou Crítica da Crítica crí=
;tica.
Contra Bruno Bauer e consortes.
41. &= nbsp; Bauer * pretendia-se o campeão de uma escola filosófica critica,. * Bauer,
Bruno (1809-1882): Teólogo, historiador da religião e
publicista alemão.
Hegeliano de esquerda que, em 1842, perdeu a
cátedra na Universidade de Bona
devido aos seus escritos radicais. Uniu-se mais tarde
aos conservadores e apoiou a
reação prussiana.
42. &= nbsp; [Passagem cortada no manuscrito:] e quanto à propriedade, que foi = p>
Inicialmente uma instituição criada pelos própri=
os
homens, dá em breve à
sociedade uma característica própria q=
ue
de forma alguma foi desejada pelos seus
autores iniciais, perfeitamente visível para quem não se tenha submetido = p>
definitivamente à «Consciência de=
si,
ou ao Único,.
43. [Passagem cortada no
manuscrito:] devem ser pensadas em função da realidade
material.
44. [Passagem cortada no
manuscrito:] pressupõe portanto que a história universal
tenha uma existência empírica
prática.
45. A expressão alem&at=
ilde;
é bürgerliche Gesellschaft, que poderá além disso
significar
«sociedade burguesa».
46. [Nota marginal de Marx:]
Comércio [Verkehr] e força produtiva.
47. [Passagem cortada no
manuscrito:] São MAX Stirner passeia-se levando a
história mundial às costas, comendo-a e
bebendo-a todos os dias como antigamente
se fazia com o corpo e o sangue de nosso senhor Jesus
Cristo, e a história universal
produ-lo quotidianamente, a ele, o Único, que
é o seu produto por necessitar de
comer, beber e vestir-se; as citações
contidas no Único (na obra), etc., assim como
a polêmica de São MAX contra Hess e out=
ras
pessoas afastadas, demonstra como
também no plano espiritual ele é produ=
zido
pela história mundial. Daqui se
depreende:que, na história mundial, os
indivíduos são tão possuidores como os
elementos de qualquer outra Associação
stirneana de estudantes e de costureiras
livres
48. &= nbsp; [Passagem cortada no manuscrito:] por isso «o conceito (1) da personalidade = p>
(2) implica (3) = de uma forma geral -(4) que este surja com todos os seus limites, = p>
(consegue-o admiravelmente) e seja levado «a abolir (5) de novo (6) a limitação
que introduz (7) (não por si mesma, nem de forma geral, mas ap=
enas
pelo seu
conceito) «através da sua essência
(8) universal (9), a qual é apenas o resultado da
auto-diferenciação (10) interna da sua
atividade», págs., 87-8&
49. &= nbsp; [Nota de Marx:] cada etapa de desenvolvimento das forças produtivas serve = de = p>
base ao domínio de uma determinada classe.
50. &= nbsp; [Nota marginal de Marx: constituída por pessoas que estão interessa= das em =
manter o atual estado de produção.
51. &= nbsp; [Passagem cortada no manuscrito] forma moderna da atividade sob a qual a = p>
dominação das
52. &= nbsp; [Passagem cortada no manuscrito:] Já há algum tempo que todos os = p>
comunistas, tanto na França como na Inglaterra ou na Alemanha,
estão de acordo
sobre a necessidade desta revolução; n=
o entanto,
São Bruno continua calmamente o
seu sonho e pens= a, que se se admite o «humanismo real», ou seja o comunismo, = p>
«em vez do espiritualismo» (que já não é justificáve= l), é apenas para que aquele
ganhe maior resp= eito. Então- continua o sonho - «será necessário que n= os surja a
salvaç&at= ilde;o, que o céu baixe à terra e que esta seja o Céu» (o nosso douto teólogo
continua a n&ati= lde;o conseguir prescindir do céu). «E assim brilharão a aleg= ria e a
felicidade para todo o sempre, no meio das celestes
harmonias, (pág. 140).
53. Alusão às te=
orias
de Bauer e de Stirner.
54. &=
nbsp; De
ciência e arte alemãs, sob a direção de Ar=
nold
Ruge e de Theodor Echtermeyer.
Ameaçada de interdição na
Prússia, a revista mudou-se para a Saxónia intitulandose,
entre 1841 e 184= 3, Anais alemães da ciência e da arte. Finalmente, em 1843, o = p>
governo proibiu para toda a Alemanha a saída =
da
revista.
55. Alusões feitas
respectivamente a Bauer, Feuerbach e Stirner.
56. Canto nacionalista de Nico=
las
Beker.
57. Jakob Veneday (1805-1971),
politlco alemão de esquerdas.
58. Marx refere-se aqui a Max
Stlrner.
59. &= nbsp; Wigand’s Vierteljahrsschrift, revista dos jovens-hegelianos editada em Leipzig = p>
de
60. Obra de Feuerbach
61. &= nbsp; [Passagem cortada no manuscrito:] Normalmente, a classe dominante julga = p>
serem estes conceitos quem verdadeiramente reina, e só Os
distingue das Ideias
dominantes das épocas anteriores apresentando=
-os
como verdades eternas. Estes
«conceitos dominantes» terão uma
forma tanto mais geral e generalizada quanto
mais a classe dominante é obrigada a apresent=
ar
os seus interesses como interesses
de todos os membros da sociedade.
62. &= nbsp; [Variante no manuscrito:] de representar, no plano prático, um interesse = p>
particular como interesse comum a todos, e, no plano teórico, como Interesse = p>
universal.
63. Em inglês no origina=
l:
Lojista.
64. Falta o início deste
caderno. Considerando a paginação de Marx, deverão fal=
tar
quatro páginas.
65. Em francês no origin=
al.
66. &= nbsp; [Passagem cortada no manuscrito:] estavam multo divididos, pois os oficiais = p>
dos vários mestres opunham-se uns aos outros no seio de uma me=
sma
profissão.
67. [Passagem cortada no
manuscrito:] saindo do seu isolamento
68. Em francês no origin=
al
69. &= nbsp; Leis editadas por Cromwell em 1651 e renovadas mais tarde. Estipulavam que = p>
a maioria das mercadorias importadas da Europa, da Rússia ou da Turquia ~ó = = p>
deviam ser transportadas por navios Ingleses ou dos países exportadores. A = p>
cabotagem ao lon= go das costas inglesas devia ser feita exclusivamente por barcos = p>
ingleses. Estas = leis, destinadas a favorecer a marinha inglesa, eram sobretudo = p>
dirigidas contra a Holanda; foram abolidas entre 1793 e 1854.
70. [Passagem deteriorada no
manuscrito.]
71. AIKIN, John (1747-1822):
médico Inglês que foi simultaneamente historiador.
72. &= nbsp; PINTO, Isaac (1715-1787): especulador e economista holandês. As- citações
do texto pertenc= em à «Carta sobre a rivalidade do comércio» da sua o= bra: Tratado
da circulação e do crédito. Amesterdão, 1=
771.
73. Em francês no origin=
al.
74. Em francês no origin=
al.
75. Autor conhecido por Marx n=
esta
época através da sua obra intitulada:
Investigação sobre a natureza e as cau=
sas
da riqueza das nações.
76. &= nbsp; [Passagem riscada no manuscrito:] e deu origem à rápida circulaç= ão e <= /span>
concentração dos capitais.
77. Passagem deteriorada no
manuscrito.
78. Em francês no origin=
al:
mais ou menos.
79. &= nbsp; [Variante no manuscrito:] conduziu à união de várias cidades, o = que se =
explicava pela identidade dos seus interesses perante os senhores
feudais.
80. [Passagem cortada no
manuscrito:] tornando-se o conjunto destas condições de
vida Individuais as condições de
existência comuns de uma classe.
81. &= nbsp; [Nota de Marx:] absorve primeiro os setores de trabalho diretamente ligados ao = p>
Estado, e depois todas as profissões mais ou menos
ideológicas.
82. &= nbsp; [Passagem cortada no manuscrito:] nas suas condições de existênci= a em parte
dadas e em parte resultando de um desenvolvimento dessas
condições dadas.
83. &= nbsp; [Passagem cortada no manuscrito:] e sem o completo e livre desenvolvimento = p>
do indivíduo que ela implica.
84. Em francês no texto
original.
85. Passagem deteriorada no
manuscrito.
86. Parcelas.
87. &= nbsp; [Passagem cortada no manuscrito:] os indivíduos que se libertaram em cada = p>
época histórica apen:is continuaram a desenvolver as condiçõ= es de existência já
presentes, que já lhes eram dadas.
88. Obra de Jean-Jacques Rouss=
eau,
89. Em francês no origin=
al:
mais ou menos.
90. [Palavra cortada no manusc=
rito:]
manifestaçao de si, Selbstbetãtigung.
91. Idem.
92. Contra o homem.
93. Em francês no origin=
al:
sem o quererem.
94. [Nota marginal de Marx:
Produção do próprio modo de trocas.
95. Em francês no origin=
al:
por sua vez.
96. &= nbsp; Significado literal: proletariado andrajoso. Elementos marginais à classe do = p>
proletariado urbano, miseráveis, não organizados.
97. [Cortado no manuscrito:]
cooperação tanto quanto ela é possível.
98. &= nbsp; Sismondi 1773-1S42) economista Suíço que critica o capitalismo de um p= onto
de vista pequeno-burguês. Cherbuliez (1797-1869 )- discípulo de Sismondi que
misturou às idéias deste noções
extraídas de Ricardo
99. Em francês no origin=
al...
a associação dos indivíduos à
associação dos capitais.
100. &nb=
sp; [Passagem
cortada no manuscrito:] (em particular, Roma e Esparta).
101. &nb=
sp; Propriedade
de um cidadão romano de velha estirpe.
102. &nb=
sp; [Passagem
cortada no manuscrito:] e esta evolução não foi provoc=
ada
por uma
extensão da indústria e do
comércio.
103. Cidade italiana situada ao Sul de Nápoles. Nos séculos X e XI, era um porto
florescente e o seu direito marítimo foi adoptado por toda a
Itália.
104. &nb=
sp; Direito
de usar e de abusar.
105. &nb=
sp; Direito
de abusar.
106. Encontram-se aqui agrupadas notas muito sumárias incluídas nas duas = p>
primeiras páginas do manuscrito.
Versão eletrônica disponível em =
http://www.jahr.org]